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Jean Wyllys: deputado foi protagonista da troca de farpas que marcou a quarta-feira (28) na Câmara. | Gustavo Lima - Câmara dos Deputados
Jean Wyllys: deputado foi protagonista da troca de farpas que marcou a quarta-feira (28) na Câmara.| Foto: Gustavo Lima - Câmara dos Deputados

Os deputados Jean Wyllys (PSol-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC) trocaram duras acusações nesta quarta-feira (28) em bate-boca no plenário da Câmara. Defensor da flexibilização do Estatuto do Desarmamento, Rodrigues gerou polêmica por ter dito que as novas regras vão facilitar a “faxina e a limpeza” de bandidos nas ruas. Wyllys criticou as declarações de Rodrigues, que rebateu o colega.

VÍDEO: Veja os detalhes do bate boca entre Jean Wyllys e João Rodrigues

“Posso até ser criticado pelas minhas posições, mas vindo do senhor é um elogio, porque um parlamentar que defende a liberação das drogas e o perdão para traficantes, um parlamentar que defende que o adolescente pode trocar de sexo sem autorização dos pais. Isso não é deputado, é a escória da política desse país”, disse Rodrigues, contestado pelo líder do PSol, Chico Alencar.

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Depois, Wyllys deu o troco em Rodrigues e citou um episódio, gravado por uma emissora de TV recentemente, no qual Rodrigues aparece assistindo cenas de pornografia. “Homens decentes não assistem vídeo pornô em plena sessão plenária; homens decentes não são condenados por improbidade administrativa, por roubar dinheiro público como o deputado foi. Quem não tem moral para representar o povo, é ladrão. Resta saber se o vídeo que o senhor assistia era homossexual ou heterossexual”, disse o Wyllys.

O deputado Ricardo Izar (PSD-SP) desafiou Wyllys a provar que Rodrigues é ladrão e ameaçou representá-lo no Conselho de Ética. Wyllys também reagiu e afirmou que Rodrigues terá que provar que o parlamentar do PSol é “narcotraficante” “Agora é guerra”, disse Wyllys.

Em outro momento de tensão na sessão, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) chamou Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de “ditador” e, depois, foi para trás de Cunha e exibiu um cartaz com a inscrição “Cunha quer trazer o dinheiro sujo da Suíça. Diga não”. Os deputados discutiram o projeto de repatriação durante o dia.

Jean Wyllys responde a ataques do dep. João Rodrigues (PSD-SC)

NOVÍSSIMA CRÔNICA DO ABSURDO (ABSURDO MESMO!)Há pouco, no plenário da Câmara, a Deputada Federal Jô Moraes me chamou para mostrar o boletim da Comissão de Relações Exteriores, da qual fazemos parte. Estávamos alí, analisando a publicação, quando o deputado João Rodrigues (PSD-SC) chegou bem próximo de mim e me abordou [pra quem ainda não sabe quem ele é, eu informo que é aquele cujas falas em favor da morte de "bandidos", chamando-a de "faxina", eu critiquei em postagens anteriores; e também aquele que foi flagrado, em plena sessão, assistindo a um filme pornô]. O breve "diálogo" que se seguiu foi mais ou menos o seguinte:João Rodrigues: Você me conhece? Você sabe quem eu sou?Eu: Nunca lhe cumprimentei nem me apresentei pessoalmente, mas, sim, sei quem você é.João Rodrigues: Então, você tome cuidado com o que você fala a meu respeito. Você postou, colocando a minha foto, que "bandido bom é bandido de gravata e com gabinete". Você não me conhece...[Ele achava que eu me intimidaria. Perdeu o chão quando olhei em seus olhos e reiterei tudo que eu escrevi sobre sua fala de tons fascistas e acrescentei:]Eu: ...E, por fim, alguém precisava relativizar sua fala; afinal, você foi denunciado pelo Ministério Público por aquilo que o órgão considera crime.João Rodrigues: Mas, o processo contra mim que você citou foi arquivado...Eu: Ora, se o processo contra você foi arquivado, é porque você teve amplo direito a defesa. Então, os outros que você chama de "bandidos" também devem ter direito a defesa, em vez de serem mortos sem a chance de se defender, não?João Rodrigues: Bandido safado, nojento, merece morrer mesmo.Eu: Ah, é? Então por que você não sobe à tribuna e diz isso em relação ao Eduardo Cunha? Afinal, pra Procuradoria Geral da República, ele cometeu os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão ilegal de divisas, logo, é um bandido...João Rodrigues: Mas ele só está denunciado...Eu: Mas por qual julgamento passaram os "bandidos" ao quais você se refere para já sentenciá-los à pena de morte? Vamos, se bandido bom não é bandido com gravata, então por que você não sobe à tribuna e diz, em relação a Cunha, o que você disse sobre os bandidos pobres?João Rodrigues: E por que você defende Lula?Eu: Em primeiro lugar, eu não defendo Lula. Ele não precisa de minha defesa. Em segundo, ainda não há nenhuma denúncia formal contra Lula. Em terceiro, quem está negando o direito à defesa e defendendo pena de morte no vácuo da legalidade é você; não eu!João Rodrigues [chegando bem mais perto de mim, de modo que eu quase sentia sua respiração e seu perfume]: Eu defendo a pena de morte mesmo! Você fica aí, defendendo essa raça... Você não sabe com quem você foi comprar briga! [referindo-se a si mesmo]Eu [olhando no olho dele e para baixo, já que ele é bem menor que eu]: "Essa raça" é também parte do povo brasileiro e está sob o mesmo estado de direito... Quem é você para decidir quem vive ou morre? Deus? E se você está me ameaçando, devo lhe dizer que não temo sua ameaça. [aproximando-me bem dele e olhando diretamente em seus olhos] Os tempos mudaram, meu caro. Os "coronéis" já não podem mais intimidar as pessoas ou ameaça-las impunemente.João Rodrigues [se esforçando para ser irônico]: Não, eu não estou lhe ameaçando. Eu não ajo desse forma. Eu não cheguei aqui pelo BBB, aquela putaria, eu tenho muitos mandatos.Eu: Bom, eu estou em meu segundo mandato e fui eleito com quase 145 mil votos, mas se você quer crer que foi o BBB que me trouxe aqui, fique à vontade... Ao menos não cheguei pela força da grana.João Rodrigues: Bom, agora você já me conhece. Já sabe quem eu sou. E já está avisado de que mexeu com a pessoa errada.Eu: Prazer. Agora você já sabe que eu não temo o que me parece uma ameaça.Despedimo-nos. Ele seguiu. Eu permaneci ali para concluir minha conversa com Jô Morais. O clima estava tão tenso entre os que conseguiam nos ouvir que dava para cortar o ar com uma faca [toda a conversa se deu como numa cena de um thriller político]E, aí, amados e amadas, vocês acham que eu devo temer algo mais que as já manjadas difamações, injúrias e calúnias feitas na internet?__*Durante a produção do texto acima, em que contava a vocês a cena surreal em que fui abordado pelo deputado João Rodrigues, ele subiu à Tribuna da Câmara para novamente me atacar e intimidar. Não intimidou!!!! Sou acostumado a falar o que penso, porque a verdade é libertadora. A resposta que dei a ele está no vídeo.

Posted by Jean Wyllys on Quarta, 28 de outubro de 2015
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