• Carregando...

A bateria da Viradouro entrou na avenida no chão, subiu num carro alegórico e desceu diante dos jurados sob ovação da torcida. Trouxe um castelo de cartas de ponta cabeça, homens-roleta e deixou o Sambódromo sob os gritos de ``campeã''.

Em mais uma invenção do carnavalesco Paulo Barros, os 300 componentes da bateria da vermelha-e-branco de Niterói foram responsáveis pelo momento de maior emoção na Marquês de Sapucaí, em um desfile que trouxe ainda a exuberância de Juliana Paes, e um carro que fez com que o público participasse da brincadeira ``Onde Está Wally''.

``Tô feliz da vida, foi um grande desfile e a Viradouro está de parabéns. Foi tudo feito na medida'', disse o carnavalesco logo após a passagem da escola.

``A Viradouro mostrou que sabe desfilar'', acrescentou Barros, que trouxe para avenida a história dos jogos que o homem criou para compreender a própria existência e representar sua maneira de viver.

A bateria sobre rodas da escola de Niterói conseguiu fazer uma descida perfeita para entrada no recuo. Com a saída dos músicos, o carro foi ocupado por foliões que vinham em seguida fantasiados como a bateria e carregando instrumentos falsos. A sincronia custou cinco horas diárias de ensaios dos integrantes desde outubro.

``É o maior acontecimento do Carnaval hoje do Rio de Janeiro. Ensaiamos muito e aos poucos a rapazidada foi ficando tranquila, tocar no cimento é uma coisa e tocar no alto é outra. Tomamos cuidado com tudo isso'', disse à Reuters o mestre Ciça, que comandou pessoalmente os movimentos de entrada e descida do carro alegórico.

METAMORFOSE

A Mangueira, pela tradição e o samba contagiante, também cativou o público presente à Sapucaí no domingo. A bateria, que fez uma homenagem à língua portuguesa, inovou na coreografia de seus integrantes, mas não chegou a provocar o mesmo efeito da Viradouro.

A presença da cantora baiana Preta Gil à frente da bateria da Estação Primeira, uma das mais tradicionais escolas de samba do país, causou surpresa.

A escola impediu que a veterana Beth Carvalho, depois de 36 anos de desfiles, entrasse no Sambódromo. Os desentendimentos já vinham acontecendo entre a cantora e a diretoria da Mangueira. A sambista foi retirada de um dos carros alegóricos, pouco antes da escola entrar na avenida.

A campeã do Carnaval 2006, Vila Isabel, fechou a primeira noite de desfiles com o público já deixando as arquibancadas. A escola trouxe o samba-enredo ``Metamorfoses: do reino natural à corte popular do Carnaval - As transformações da vida''.

Um dos destaques do desfile foi o carro alegórico de super-heróis de histórias em quadrinhos, que era ``puxado'' por um super-homem gigante. O refrão simples - ``Samba não tem preconceito/ brancos, negros, iguais/ um beijo da Vila Isabel princesa/ metamorfose assim se faz''- foi fácil de decorar, mas o público, depois de mais de sete horas de desfiles, acabou não se empolgando o suficiente para cantar com a escola.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]