Ao responder o deputado Fernando Coruja (PPS-SC), o sócio da empresa Guaranhuns Empreendimentos, Intermediações e Participações José Carlos Batista, reafirmou nesta terça-feira que não usou os R$ 4 milhões recebidos da empresa SMPB para pagar os títulos comprados para Marcos Valério. Ele disse, mais uma vez, que o dinheiro foi repassado para o Partido Liberal.
Na CPI do Mensalão, o deputado estranhou a resposta e perguntou se o pagamento dos títulos não foi feito por que estes eram frios. Ele não explicou a situação.
Coruja também perguntou quem são os personagens "mais importantes que estão envolvidos no caso" e por que ele disse que tem medo de morrer. O depoente recusou-se a citar nomes e não disse quem são os responsáveis pelo seu medo.
O deputado estranhou o grande número de cheques de pequeno valor depositados na conta da Guaranhuns para alcançar uma movimentação tão alta. Batista respondeu apenas que, se os valores forem somados, alcançarão os R$ 4 milhões.
Ao final do questionamento, Fernando Coruja afirmou:
- Fica claro que o senhor é um laranja. Sua operação não é de investimento, mas de repasse de recursos, provavelmente ilícitos - disse.
Já o deputado José Rocha (PFL-BA) questionou ao depoente as informações fornecidas pela SMPB de que 35 cheques e 28 docs (documentos de transferência bancária) teriam totalizado mais de R$ 6 milhões repassados à Guaranhuns. Batista afirmou desconhecer os cheques relacionados pela SMPB.
Ao deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), José Carlos Batista confirmou que comprou a empresa Guaranhuns de Lúcio Funaro, que foi seu colega em uma corretora de valores. Ele confirmou também que as atividades da Guaranhuns foram encerradas no final de 2003.
Disse que não conhece os sócios uruguaios da sua empresa, a offshore Esfort Trading, utilizada por Marcos Valério para enviar dinheiro ao exterior.
Batista reafirmou que não está mentindo, mas que prefere ficar em silêncio.
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