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A menina que nasceu sem cérebro em novembro de 2006 na Santa Casa de Patrocínio Paulista, a 432 km de São Paulo, na região de Ribeirão Preto, deixou nesta quarta-feira (18) o hospital, depois de quase cinco meses de internação.

A criança surpreende os médicos desde o nascimento. Bebês com quadro de anencefalia (ausência de cérebro) costumam viver apenas minutos ou horas após o parto. A menina vai completar cinco meses em 20 de abril. "Ela sorri, pega o dedo, fica forçando", garante Emílio Bertoni, provedor da Santa Casa. Segundo ele, o estado de saúde do bebê é "muito bom". Há cerca de um mês, ela pegou uma gripe, mas logo se curou.

Os médicos deixaram a menina sair do hospital com a condição de que a família ficasse hospedada em uma casa próxima à Santa Casa. Os pais do bebê moram em um sítio a 18 km do hospital, o que dificultaria o socorro em caso de algum problema.

Os equipamentos necessários para manter o bebê vivo foram emprestados pela prefeitura de Patrocínio Paulista, que alugou as máquinas. De acordo com Bertoni, a Santa Casa irá mandar uma enfermeira todos os dias à casa para ver como está a menina. Ele também prometeu visitas regulares. "Ela já faz parte da família", disse.

O clima foi de tristeza nesta manhã na Santa Casa. O bebê deixou o hospital às 11h10 desta quarta-feira (18). "A saída dela daqui virou foi choro. É enfermeira chorando, funcionário chorando", contou o provedor.

A mãe do bebê, Cacilda, de 36 anos, sabia do problema da filha desde o quarto mês de gestação. "Ela pertence a Deus", disse Cacilda, logo após o nascimento da menina. A mãe diz nunca ter cogitado a hipótese de interrupção da gravidez.

Apesar de não ter cérebro, o bebê ainda tem o tronco cerebral, responsável por controlar as funções mais básicas do corpo humano, como o batimento cardíaco e a respiração. Estudos apontam a possibilidade de a criança permanecer com vida por até três meses após o nascimento, embora seja uma situação muito rara - apenas 1% dos casos.

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