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Em encontro realizado ontem pelo PSDB, lideranças tucanas como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra defenderam Perillo | Marlene Bergamo/Folhapress
Em encontro realizado ontem pelo PSDB, lideranças tucanas como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra defenderam Perillo| Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

Respingos no Planalto

Ministro da Saúde se coloca à disposição da Comissão de Ética

Folhapress

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que nunca se encontrou com o empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira, mas que está "absolutamente à disposição" para dar explicações sobre a menção feita a ele na operação Monte Carlo da Polícia Federal, na qual o contraventor foi preso.

Segundo Padilha, é seu papel como ministro ter contato com a indústria farmacêutica. De acordo com a PF, Cachoeira é dono oculto de um laboratório e controla um instituto que reúne grandes empresas da área farmacêutica, entre outros negócios vinculados ao jogo do bicho.

"É meu papel ter contato com a indústria farmacêutica, assim como receber um senador quando ele solicita uma audiência formal. Foi esse o meu contato, nunca conheci ou encontrei com Carlos Cachoeira ou Wladimir Garcez [ex-vereador do PSDB de Goiânia e auxiliar de Cachoeira], nem recebi ninguém a pedido deles", disse.

Na terça-feira, o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, afirmou que é "passível" de investigação pelo órgão a menção ao ministro em uma conversa telefônica interceptada pela PF.

Líderes nacionais do PSDB saíram ontem em defesa do governador de Goiás, Marconi Perillo, suspeito de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Reportagem do jornal O Globo publicada na sexta-feira mostrou o relato de conversas gravadas pela Polícia Federal as quais mostraram que o contraventor cobrou do ex-presidente do Detran de Goiás Edivaldo Cardoso a fatura pelo apoio à eleição de Marconi Perillo. Na gravação, Carlinhos Cachoeira afirma que foi ele quem elegeu o governador de Goiás.

Os dirigentes tucanos, em um evento sindical do PSDB em São Paulo, pregaram que todos os envolvidos com o contraventor, independentemente da filiação partidária, devem estar à disposição da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e não foi descartado o afastamento do partido daqueles que cometeram irregularidades no relacionamento com o bicheiro. O governador tucano, cuja presença era esperada, não compareceu ao encontro.

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, defendeu uma apuração total, no âmbito da CPMI, do envolvimento com o bicheiro e afirmou que aqueles que cometeram irregularidades, que forem comprovadas, não ficarão na legenda. O líder tucano ressaltou que Marconi Perillo deu amplas explicações sobre a atuação de Cachoeira em Goiás, o que, segundo ele, o isenta de qualquer responsabilidade. O presidente do PSDB acrescentou que o governador tucano sairá desse episódio como entrou, "absolutamente seguro", e disse que o conteúdo das investigações da Polícia Federal foi divulgado nesta última semana de maneira "seletiva", contra integrantes do PSDB.

"No PSDB, quem estiver envolvido nisso, quem tiver contas a pagar, vai embora, não fica conosco, não tenho a menor dúvida disso. Nós não vamos pré-julgar, não vamos condenar ninguém antecipadamente, nós queremos clareza e investigação no limite. Mas se um de nós impedir investigação, não é do partido e vai estar fora. Para o PT, essa CPMI é uma questão de sobrevivência, porque o que está em discussão não são as amizades do Carlinhos Cachoeira, mas é o mensalão. O que eles querem é tumultuar o julgamento do mensalão", afirmou o dirigente tucano.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o PSDB não permitirá que a CPMI seja utilizada como um instrumento político da base aliada contra a oposição ao governo federal. "O que nós não permitiremos é que a CPMI seja um instrumento de luta política, da maioria contra a minoria, da base do governo contra a oposição."

O pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, avaliou que tudo o que a CPMI puder investigar é positivo e o presidente estadual do PSDB em São Paulo, Pedro Tobias, defendeu punição aos envolvidos em irregularidades no relacionamento com o bicheiro, mas ressaltou que, no caso de Marconi Perillo, "não tem nada demais um empresário ajudar em uma campanha política". Segundo ele, se houver uma investigação substancial, "pouca gente escapa", inclusive do PSDB.

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