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Professor Galdino e sua polêmica câmera filmadora | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Professor Galdino e sua polêmica câmera filmadora| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Uma câmera filmadora interrompeu por cerca de 30 minutos a sessão da Câmara de Curitiba na manhã de ontem. A câmera era do vereador Professor Galdino (PSDB), que pretendia filmar a sessão alegando que a Casa tem de ter total transparência. A atitude de Galdino provocou a reação negativa de outros vereadores e um bate-boca no plenário. Uma portaria da Câmara permite que fotografias e filmagens no plenário sejam realizadas apenas por profissionais da assessoria de imprensa da Casa e dos veículos de comunicação.

Incomodado com a presença da câmera, o vereador Jorge Bernardi (PDT) solicitou que Galdino retirasse a filmadora da bancada, alegando que a portaria estabelecida pela Casa não permitia a filmagem. "Você não pode transformar a Câmara em um Big Brother, ou seja, exagerar em tudo. O fato de você filmar não tem nenhum problema. A questão é o exagero, a utilização para o mal dessas imagens, ridicularizando os vereadores. Isso é um desrespeito a qualquer cidadão", disse Bernardi.

Como Galdino manteve a câmera posicionada no local mesmo após o presidente da Casa, Paulo Salamuni (PV), pedir a retirada do objeto, a sessão foi interrompida para uma reunião de líderes. Na volta, o vereador retirou a máquina da bancada, e a reunião prosseguiu normalmente.

Procurado pela reportagem, Galdino disse que quer dar transparência à Câmara. "Eu só quero mostrar a transparência da Câmara de Curitiba, mas tem alguns vereadores que se preocupam com isso. Eles dizem que não querem que eu mostre a intimidade deles. Mas não é na Câmara que eles vão ter intimidade", disse.

Baixa adesão

Confusão prejudica a participação popular no debate orçamentário

O tumulto provocado pela filmagem do vereador Professor Galdino (PSDB) na Câmara de Curitiba atrapalhou a realização de uma audiência em que população podia propor alterações no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2014. A reunião marcava o fim das discussões públicas sobre as diretrizes para o orçamento do ano que vem da prefeitura.

Devido às discussões envolvendo as filmagens, o começo da audiência pública atrasou em 30 minutos. Embora poucos cidadãos estivessem presentes na sessão para debater a LDO, parte deles acabou saindo do plenário pensando que a audiência estava cancelada. Resultado: a audiência teve participação popular ainda mais baixa do que o esperado.

A presidente da Comissão de Economia da Câmara, vereadora Professora Josete (PT), disse que, além da confusão, horário da audiência – das 10h às 12h – impossibilitou que trabalhadores participassem dos debates. "Talvez fosse interessante a Câmara chamar essas audiências para o período da noite, porque facilita a participação da população. Mas existe uma resistência na dinâmica e no dia a dia da Casa para que isso ocorra", disse a vereadora.

Josete ainda avaliou que a falta de informação sobre o funcionamento dos processos de tramitação das leis orçamentárias também desestimula a participação popular. A LDO, primeira etapa de todo o planejamento dos investimentos do ano seguinte, aponta apenas as metas e prioridades do plano da prefeitura, sem detalhamento das ações. Por desconhecer esse ponto, disse Josete, muitas participações populares pela internet ou nas reuniões públicas promovidas anteriormente nas regionais reivindicavam ações específicas para os bairros. A LDO deve ser votada até o dia 21. Ela vai embasar a elaboração da lei orçamentária.

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