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Vaccarezza: votação do Código Florestal pode emperrar. | Marcelo Casal/ABr
Vaccarezza: votação do Código Florestal pode emperrar.| Foto: Marcelo Casal/ABr

África

Pastor fala em "maldição"

Outro parlamentar provocou polêmica ontem sobre assuntos raciais, usando o Twitter para dizer que "os africanos são amaldiçoados". Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) é deputado federal de primeiro mandato e garante que a afirmação vem de um conhecimento teológico. Ele se diz afrodescentente e nega ser racista.

Os primeiros posts tratando do tema foram colocados na página do parlamentar nesta quarta-feira. Segundo ele, foi sua assessoria que colocou o "ensinamento" na internet, mas com seu aval. Entre outras frases, Feliciano diz na rede social que "sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ébola, aids. Fome."

A polêmica relativa à África não é a única da página do parlamentar na rede social. Feliciano faz também ataques a homossexuais. "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, a rejeição", diz ele em um dos posts.

O deputado afirma que o ataque é destinado a homossexuais que têm espalhado críticas a ele no Twitter. Ele afirma ainda que respeita os homossexuais, mas que é contra a "promiscuidade" que está sendo colocada diante de seus filhos.

Agência Estado

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), chamou de "estúpido" o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) que em entrevista ao programa CQC classificou de "promiscuidade" a possibilidade de um filho seu ter relacionamento com uma mulher negra. Bolsonaro também fez ataques a homossexuais. Na Câmara, já são sete os pedidos de investigação contra o parlamentar e até o escritório da Unesco no Brasil defendeu a apuração do caso.

Vaccarezza afirmou que as declarações do colega são "mais do que racismo", mas destacou que os eleitores dele já conheciam suas ideias. "O Bolsonaro tem se caracterizado como um deputado estúpido, mas ele foi eleito com esta estupidez".

Vaccarezza defendeu que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) faça um debate sobre os limites da imunidade parlamentar e defendeu que o caso do parlamentar não pode ser debatido somente no Conselho de Ética. "Qualquer deputado tem o seu direito à palavra garantido pela Constituição. Qual será o limite da imunidade parlamentar? Será que ela garante que um parlamentar defenda o holocausto?", questionou.

Bolsonaro ironizou a qualificação de "estúpido". "Se eu tivesse chamado o Vaccarezza do mesmo adjetivo seria quebra de decoro, mas como ele diz é liberdade de expressão", disse. Bolsonaro afirmou que "não vai descer ao nível que Vaccarezza desceu com essa declaração". Ele afirma que a sua resposta relativa aos negros foi dada porque não entendeu a pergunta.

Dos sete pedidos de investigação contra o deputado na Câmara, cinco estão nas mãos do corregedor, Eduardo da Fonte (PP-PE). Bolsonaro poderá se defender na Corregedoria e Fonte apresentará um parecer para que a Mesa decida se encaminha ou não o caso ao Conselho de Ética.

Os pedidos de punição ao deputado ganharam o apoio até de uma entidade da Organização das Na­ções Unidas (ONU). Em seu Twit­ter oficial, o escritório da Unes­co apoiou a investigação. "Unesco no Brasil defende apuração de denúncia de homofobia e ra­cismo por parte de parlamentar", diz post veiculado na tarde desta quinta-feira.

MEC

Bolsonaro fez novas declarações polêmicas ontem ao atacar iniciativas do Ministério da Educação (MEC). Em entrevista à rádio Estadão ESPN, ele criticou o que chamou de "kit gay para escolas de primeiro grau". "Atenção, pais: os seus filhos vão receber um kit que diz que é para combater a homofobia, mas que, na verdade, estimula o homossexualismo", disse, em referência a uma campanha preparada pelo MEC para combater o preconceito nas escolas. "Com a mentira de estar combatendo a homofobia, eles estão estimulando o homossexualismo e abrindo as portas para a pedofilia", afirmou Bolsonaro.

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