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Curitiba – O Brasil caiu da 59.ª para a 62.ª posição no ranking global de corrupção da Transparência Internacional (TI), uma Organização Não-Governamental (ONG) com sede em Londres. Com o resultado, o Brasil fica atrás de países como Belize, Colômbia, Tailândia, Trinidad e Tobago, Cuba e Chile, entre outros.

A queda de três posições se deve à perda de dois décimos no Índice de Percepção da Corrupção 2005, que se refere aos três últimos anos. A nota do Brasil caiu de 3,9 para 3,7 (em uma escala de 0 a 10, sendo 10 a melhor nota). Apesar de pequena, a diferença com o resultado do ano passado é uma notícia ruim para um governo que se vê mergulhado em uma crise política desencadeada por denúncias de corrupção. E, para piorar, um retrato decepcionante de um governo que, justamente, havia elegido o combate a este tipo de crime como uma de suas prioridades.

Esse retrato, no entanto, incluiu pouco dos recentes escândalos, detonados desde que um alto funcionário dos Correios aparece em uma gravação recebendo propina, em maio. O estudo da Transparência Internacional começou a ser fechado por volta de junho, bem antes de a crise que envolve o governo Lula tomasse as proporções atuais.

Os melhores

No topo da lista, onde estão os países com menor índice de corrupção, o destaque é para os nórdicos, quatro dos seis primeiros colocados. A Islândia lidera com nota 9,7, seguida de Finlândia (9,6), Nova Zelândia (9,6), Dinamarca (9,5), Cingapura (9,4) e Suécia (9,2). Esses países estão no alto de um total de 42 países com nota igual ou superior a cinco. A nota cinco é considerada pela Transparência Internacional como um divisor de águas: nota inferior é indício de sérios níveis de corrupção.

Os piores

Mais de cem países não conseguiram atingir a nota cinco. Entre eles, Brasil, Rússia, Índia e China, todos integrantes do grupo identificado pela Goldman Sachs, uma das grandes agências de análise de risco do mundo, como BRICs (sigla para os quatro países). Esse grupo, segundo projeções do estudo Dreaming with BRICs: The Path to 2050, elaborado por Dominic Wilson e Roopa Purushothaman, seria o de grandes potências no futuro.

O grau de corrupção nesses quatro países, segundo a Transparência Internacional, é alto e não dá sinais de melhora. A Rússia, por exemplo, é apontada como um destaque no índice deste ano, entre os países com maior queda na nota, que desceu de 2,7 para 2,4. Na China, a percepção do problema também piorou, e a nota caiu de 3,4 para 3,2. A Índia foi o único país do grupo a apresentar ligeira melhora. A nota passou de 2,8 para 2,9.

Segundo o alemão Johann Graf Lambsdorff, que estuda o resultado dos países analisados pela TI ao longo dos últimos dez anos, os chamados BRICs não conseguiram combater o problema da corrupção. Lambsdorff mostra que, apesar de se revelar um problema crônico nos países mais pobres, países em desenvolvimento conseguem enfrentar a corrupção com resultados positivos. Na última década, nações como Estônia, México, Colômbia, Bulgária e Tailândia conseguiram melhorar suas notas no ranking da Transparência.

Já para a Transparência Internacional, países desenvolvidos também sofrem com o problema, apesar de em menor escala. O estudo cita, por exemplo, o Canadá e a Irlanda como países que sofreram uma piora na percepção da corrupção nos últimos anos. Na maioria dos casos, porém, corrupção e subdesenvolvimento andam juntas. O Índice de Percepção da Corrupção relaciona países de acordo com o grau de corrupção entre autoridades públicas e políticos. Reflete a percepção de empresários, executivos e analistas de dentro e fora do país avaliado.

* Você acha que a corrupção piorou no governo Lula ou ela já vinha em níveis altos, mas somente agora os fatos vieram à tona? Participe do fórum sobre o assunto no www.ondarpc.com.br/interativo.

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