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O Brasil está entre os 16 países da América Latina e Caribe que devem reduzir pela metade, até 2015, o percentual de pessoas sem acesso à água potável e ao saneamento básico. Com isso, de um total de 33 países da região, o Brasil estaria entre os que alcançariam as metas previstas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) relacionadas à garantia do acesso ao esgoto sanitário e à água potável. No entanto, o Brasil ainda precisa enfrentar desigualdades entre as populações das zonas urbana e rural no acesso a esses serviços. A conclusão está na quinta edição do relatório global "Progress for Children" (Progresso para Crianças), divulgado nesta quinta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O documento mede os avanços dos países na garantia dos direitos de crianças e adolescentes em todo o mundo. O tema dessa edição é "Acesso à Água e Saneamento, Elementos Essenciais para uma Estratégia de Desenvolvimento das Crianças".

O relatório mostra que a taxa de mortalidade infantil diminuiu 43% na América Latina e no Caribe, em 15 anos. Em 1990, de mil crianças nascidas vivas, 54 morriam antes de completar 5 anos. Em 2004, a proporção passou para 31 crianças em mil nascidos.

Segundo o Unicef, nesse período a cobertura dos serviços de abastecimento de água e de saneamento aumentou na região, o que contribuiu para reduzir a mortalidade infantil. Em 1990, 83% da população tinham acesso à água potável e 68%, a esgotamento sanitário. Em 2004, essas taxas subiram para 91% e 77%, respectivamente.

Mas, de acordo com o relatório, um dos problemas é que a distribuição desses serviços é desigual nas cidades e no campo. No Brasil, 96% da população urbana têm acesso à água potável. Na área rural, esse percentual cai para 57%. Em relação ao saneamento, o relatório destaca que as desigualdades são ainda maiores: a cobertura é de 83% na zona urbana e de 37% na rural.

O Haiti, apontado no relatório como o país mais pobre da América Latina e do Caribe, é o que apresenta os piores índices na região. Apenas 14% da população rural têm acesso ao saneamento, contra 57% dos moradores da área urbana. No que se refere à água potável, os percentuais de acesso ao serviço são de 56% entre a população que vive no campo e de 52% para os moradores das cidades.

De acordo com o relatório, o Haiti é um dos países que não devem alcançar as metas dos ODM relacionadas à garantia do acesso ao esgoto sanitário e à água potável.

Uma das recomendações do Unicef contidas no documento é que os países devem melhorar a gestão e alocação de recursos para acelerar o acesso à água e ao saneamento, assim como assegurar que os programas de acesso a esses serviços sejam focados na melhora da saúde da população mais pobre.

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