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O governo brasileiro considera a negociação entre forças políticas haitianas e o reconhecimento antecipado da vitória de René Préval, candidato favorito à presidência do Haiti, a melhor forma de controlar os conflitos violentos naquele país. A informação foi dada pelo assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

Para vencer, René Préval, do partido Lespwa, precisa conquistar 50% dos votos válidos mais um. De acordo com Garcia, ele já possui 49,5% dos votos e o segundo colocado, Manigat Lesly, do partido RDNP, possui 12%.

Para o assessor, a contabilização dos votos brancos e nulos é que está impedindo a vitória de Préval. Segundo ele, está em estudo proposta para que o Conselho Eleitoral Provisório desconsidere esses votos. No entanto, Garcia disse que Préval precisa também negociar com os outros candidatos para que desistam da disputa, principalmente, Manigat Lesly, que defende a realização do segundo turno.

"O ideal seria se os candidatos, além de reconhecer a sua derrota no primeiro turno, reconhecessem que a situação configura claramente a vitória do Préval", comentou Garcia. "Mas isso não é uma coisa que se impõe. Isso está muito vinculado à capacidade do Prevál de oferecer uma solução que pudesse incorporar o conjunto das forças políticas. Acho que seria uma iniciativa sensata. Se o Prevál efetivamente fizer um gesto nessa direção, as coisas podem ser facilitadas."

Os países integrantes da missão de estabilização do Haiti pediram ainda que Préval evite declarações "bombásticas", que estão provocando mais conflitos. Ontem (13), os apoiadores de Préval saíram às ruas no Haiti para pedir que o Conselho Eleitoral Provisório declare vitória do candidato já no primeiro turno, por causa de possíveis irregularidades na votação.

Marco Aurélio Garcia destacou ainda que o Brasil não está descumprindo nenhuma lei ao defender o reconhecimento antecipado da vitória de Préval. "O governo brasileiro não está querendo mudar as regras do jogo. Estamos fazendo uma consideração de natureza política e esse é um problema que somente os haitianos podem resolver".

Préval já presidiu o país entre 1996 e 2001.

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