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O deputado Paulo Maluf aparece duas vezes na lista; Dantas é citado pelo caso do Grupo Opportunity, em 2008; Cid Ferreira, do Banco Santos, também aparece na relação | Maurício Lima/AFP; Stringer/Reuters; Clayton de Souza/AE
O deputado Paulo Maluf aparece duas vezes na lista; Dantas é citado pelo caso do Grupo Opportunity, em 2008; Cid Ferreira, do Banco Santos, também aparece na relação| Foto: Maurício Lima/AFP; Stringer/Reuters; Clayton de Souza/AE

No mundo

Ditadores também aparecem na lista

Hosni Mubarak, ex-ditador do Egito, e Jean Claude "Baby Doc" Duvalier, que comandou o Haiti, também estão na lista do Banco Mundial por desvios de dinheiro. Investigações da ONU apontam que Mubarak concentrava cerca de US$1 bilhão em bancos na Suíça e Baby Doc, processado por crimes financeiros desde que foi deposto e deixou o Haiti, em 1986, fez depósitos de cerca de US$ 550 milhões em paraísos fiscais na Suíça e Reino Unido.

Além dos ex-ditadores, a Halliburton, uma das maiores companhias de gás e petróleo do mundo, figura a lista de corrupção. O caso ocorreu nos anos 1990, quando o chefe-executivo da empresa e, depois, vice-presidente do governo Bush, Dick Cheney, foi acusado de oferecer US$ 180 milhões a autoridades nigerianas para construir uma usina de gás no país. Em 2010, a Halliburton se comprometeu a pagar US$ 35 milhões ao governo nigeriano e reaver parte do dinheiro que está congelado em contas bancárias suíças.

Serviço:

O banco de dados com a lista de corruptos pode ser acessado pelo link: http://star.worldbank.org/corruption-cases

O Banco Mundial (Bird) lançou uma base de dados com informações de 150 casos de desvio de dinheiro público. Na lista, integrante de um projeto batizado "The Grand Corruption Cases Database" (O grande banco de dados de casos de corrupção, em livre tradução), estão os brasileiros Paulo Maluf, deputado federal (PP-SP), e o banqueiro Daniel Dantas.

As ocorrências cadastradas envolvem corrupção de agentes com movimentações bancárias de US$ 1 milhão ou mais e foram obtidas através de resultados de investigações ocorridas entre 1980 e 2011. O banco de dados coloca à disposição documentos e informações dos processos de cada caso, mas não há um ranking dos mais corruptos ou de qual país concentra casos mais graves e onerosos aos cofres públicos. O objetivo da base de dados é coibir a corrupção no mundo com a reunião de iniciativas globais de transparência, segundo a Agência Pública, que reproduziu a lista.

Em 2011, o próprio Banco Mundial divulgou um relatório concluindo que a corrupção movimenta de US$ 40 bilhões por ano no mundo.

Entre os brasileiros presentes no levantamento, chama a atenção a dupla aparição do ex-prefeito da capital paulista e deputado federal, Paulo Maluf. Na primeira vez em que aparece no sistema, é acusado pelo procurador-geral de Nova York de movimentar US$ 140 milhões no Banco Safra, entre 1993 e 1996. Em outro processo, é acusado de desviar dinheiro de pagamentos fraudulentos para contas em bancos em Nova York e na Ilha de Jersey, no Reino Unido. O assessor de imprensa de Maluf, Adilson Laranjeira, disse que "Paulo Maluf não tem nem nunca teve conta no exterior".

O banqueiro Daniel Dantas também é citado no banco de dados criado pelo Banco Mundial pelo caso do Grupo Opportunity, em 2008, quando teve US$ 46 milhões bloqueados em contas do Reino Unido. Em nota, o Opportunity afirma que esse relatório é datado de 2008 e está desatualizado. "Em 2008, a farsa da Satiagraha ainda não havia sido desmascarada em toda a sua extensão."

O fundador e ex-presidente do Banco Santos Edemar Cid Ferreira também aparece na relação. Edemar rechaçou a publicação, alertando que, segundo ele, um aviso da própria instituição diz que "as constatações, interpretações e conclusões expressas no banco de dados não refletem necessariamente a opinião dos diretores executivos do Banco Mundial ou dos governos que eles representam".

Também é citado no relatório o caso do propinoduto, que envolveu o ex-subsecretário de Administração Tributária do Rio Rodrigo Silveirinha Correa e outros três fiscais e quatro auditores da Receita Federal, .

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