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Mantega deve anunciar mudança nas regras da poupança. | Elza Fiúza/ABr
Mantega deve anunciar mudança nas regras da poupança.| Foto: Elza Fiúza/ABr

Brigas políticas envolvendo a disputa por cargos no Banco do Brasil e na Previ (o fundo de previdência dos funcionários da instituição bancária) se transformaram no mais novo foco de dor de cabeça para o Planalto. O temor é de que o caso – que envolve os presidentes do banco, Aldemir Bendine, e da Previ, Ricardo Flores – acabe por expor a instituição e o PT, com inevitável desgaste para o governo. Flores é ligado ao PT e ao PMDB e Bendine, funcionário de carreira do banco.

Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo divulgou que o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo, que até dezembro ocupava uma das áreas mais importantes da instituição, está sendo investigado por ter recebido quase R$ 1 milhão numa conta bancária no ano passado.

Além de abrir uma sindicância interna para apurar o caso, o banco também notificou a Polícia Federal. No Planalto, o vazamento da informação de que o ex-diretor é suspeito de enriquecimento ilícito foi atribuído à disputa de poder dentro do banco. Segundo fontes do governo, o verdadeiro motivo para a demissão de Toledo teriam sido suas manobras para derrubar Bendine. O governo teme agora uma guerra de dossiês entre aliados dos presidentes do BB e da Previ.

A briga entre Bendine e Flores teria começado durante a disputa no governo pelo comando da mineradora Vale. Quando Roger Agnelli deixou a presidência da companhia, Bendine teria a ambição de sucedê-lo e acredita que seu nome foi vetado junto ao Planalto por Flores, uma vez que a Previ faz parte do bloco de controle da Vale. Interlocutores de Flores negam que ele tenha feito essa articulação.

Além desse atrito pessoal entre os dois, Bendine teria desagradado a setores do PT. Ao ser nomeado presidente do Banco do Brasil, Bendine afastou petistas e sindicalistas de postos importantes. Agora, esse grupo estaria disposto a derrubá-lo, com a ajuda de Flores. Já o grupo do presidente da Previ alega que é Bendine quem quer prejudicar Flores.

Para tentar acalmar os ânimos e resguardar o BB, o Ministério da Fazenda já havia determinado na terça-feira a abertura de uma sindicância para investigar a possível quebra de sigilo do ex-diretor do banco Allan Toledo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, teve ontem de entrar no caso para pôr panos quentes. "Vamos lidar com isso. Essa situação tem que acabar porque em algum momento isso poderia prejudicar a atuação dessas instituições. Não prejudicou até agora e o que o governo quer é que isso acabe logo para não prejudicar o desempenho delas", disse ele.

Mantega negou que a presidente Dilma Rousseff tenha ordenado a demissão de pessoas da cúpula do BB. Segundo notícias publicadas na quinta-feira, a presidente teria mandado o ministro exonerar um dos vice-presidentes do BB, Ricardo Oliveira, que seria um dos envolvidos na briga. "A presidente Dilma não me pediu para fazer nenhuma demissão. Essa crise é uma crise de fofocas porque de fato as duas instituições estão funcionando muito bem."

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