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O coordenador do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) Bruno Maranhão , que ficou 38 dias preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, disse que não pediu ajuda alguma do governo federal para libertação de seus companheiros, detidos após a invasão da Câmara. Bruno, porém, contou que o ouvidor agrário nacional, Gersino José da Silva, esteve com eles no dia seguinte à prisão e que foi acompanhar a soltura de 500 sem-terra, logo depois do quebra-quebra, no início de junho. Os últimos militantes foram soltos no sábado.

- Gersino é uma das pessoas mais sérias desse país. É um negociador, um homem da paz. Ele não foi lá para me visitar, foi para saber como estávamos e para ajudar na retirada dos 500 companheiros. É uma figura ilibada.

Na segunda-feira, procuradores da República divulgaram uma nota criticando a libertação dos sem-terra. Na nota, eles demonstraram preocupação com o andamento do processo .

Bruno Maranhão disse ainda que sua prisão foi ilegal e que foi vítima de maus-tratos. Apesar disso, ele admitiu que alguns manifestantes extrapolaram no protesto e mereciam ser punidos.

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça 116 dos cerca de 500 sem-terra que invadiram a Câmara. A maioria deles (81) foi enquadrada, entre outros artigos do Código Penal, na Lei de Crimes Contra a Segurança Nacional, a antiga Lei de Segurança Nacional. Veja imagens do quebra-quebra da Câmara .

O líder do MLST afirmou também ser amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e avisou que vai trabalhar pela reeleição :

- Conheço o companheiro Lula há 25 anos. Mais do que nunca vou apoiar e fazer campanha. Serei um dos soldados da reeleição - disse Maranhão, que chamou os pefelistas de "pitbulls" e criticou o que chamou de exploração política do episódio.

Bruno Maranhão se mostrou ressentido com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, que determinou a prisão dos manifestantes. Segundo ele, Aldo foi manipulado pela bancada ruralista.

- Aldo foi pressionado pela direita para chamar a polícia e nos expulsar. Quando encontrei com ele na Câmara, quando o pessoal já estava no Salão Verde, ele estava inseguro e transtornado. Não sei se minha amizade com ele irá continuar.

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