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O empresário Sebastião Augusto Buani entregou no fim da manhã desta segunda-feira à Polícia Federal um extrato bancário em que aparece o desconto de um cheque de R$ 40 mil no dia 4 de abril de 2002. Segundo ele, este dinheiro foi a primeira propina que teria sido paga ao então primeiro-secretário da Câmara, Severino Cavalcanti, em troca da renovação do contrato da concessão do restaurante Fiorella na Câmara dos Deputados. Buani disse que nesta terça-feira apresentará a cópia de um cheque de R$ 7.500 usado para pagar uma parcela do chamado mensalinho a Severino em 2003.

Severino Cavalcanti nega a existência do cheque e diz que Buani não o apresentou até agora porque estaria fabricando o documento.

- Eu já tenho o número do cheque, já pedi a microfilmagem ao Bradesco e amanhã devo estar com esse cheque em mãos - afirmou Buani na saída da sede da PF.

O cheque teria sido descontado por um motorista de Severino numa agência do Bradesco na Asa Sul, em Brasília. Buani estava exultante com a notícia de que o cheque pode ser recuperado pelo banco.

- Estou muito feliz, cheguei a beijar o gerente do Bradesco porque hoje estou mostrando o mensalão (o extrato com o saque de R$ 40 mil). Amanhã espero, com uma cópia do cheque, mostrar o mensalinho - disse o empresário.

Sebastião Augusto Buani disse que deu propina a Severno de duas formas: em 2002, pagou uma parcela única de R$ 40 mil e de fevereiro a outubro de 2003 pagou uma média mensal de R$ 10 mil ao então primeiro-secretário.

O presidente da Câmara também nega que tenha assinado documento garantindo a renovação da licença do restaurante, como sustenta Buani. Em entrevista de domingo, Severino Cavalcanti disse que é falsa a assinatura no contrato apresentada por Buani renovando o contrato por três anos. Ao sair da PF nesta segunda-feira, Buani afirmou que o documento foi assinado por Severino na sua frente.

O presidente da Câmara informou que o perito pernambucano Adamastor Nunes de Oliveira, membro da Associação Brasileira de Criminalística, contratado por ele, concluiu pela falsidade da assinatura.

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