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Candidato ao governo nas eleições de 2002 e à prefeitura de Curitiba em 2004, Rubens Bueno (PPS) se prepara para mais uma disputa eleitoral. Ele assume a condição de pré-candidato e, indiretamente, já está em campanha. Para Bueno, a crise política submete hoje o eleitor a um sentimento profundo de decepção e frustração. O Partido dos Trabalhadores estaria provocando um efeito em cadeia, prejudicando a imagem de todos os partidos. "Isso porque não tinha programa de governo, tinha um projeto de poder", diz. Esse tipo de relação política é considerada antiquada. "O sistema do toma lá dá cá está ultrapassado", imagina.

Essa soma de fatores deve provocar, no entender de Bueno, mudanças expressivas nas pretensões do eleitor. O novo rumo deve levar a campanhas de idéias, programáticas. E Bueno avalia que o PPS se encaixa nesse contexto. "Sou de uma nova geração na política", assegura. A vontade de renovação – diante do quadro de políticos nivelados por baixo – seria propulsor de paradigmas diferentes para os próximos anos. "Estamos pensando o Paraná para daqui a 50 anos", afirma.

Uma política de gestão planejada é o principal argumento da campanha do PPS. Já em janeiro, aos mesmos moldes do que tem feito nas últimas eleições, o partido irá iniciar o processo de consulta popular. A população do litoral deve ser a primeira a ser ouvida. A intenção é descobrir o que os paranaenses querem. Em outras fases, o programa Fala Paraná irá captar as reivindicações e diretrizes apontadas pela comunidade acadêmica e pela sociedade civil organizada. "Dessa forma, pensamos estrategicamente o Paraná na intenção de tirar o estado da posição de piores indicadores da Região Sul", salienta.

Para Bueno, há vários obstáculos a serem vencidos. A política promíscua de cooptação de aliados seria um deles. O apoiamento por proximidade de princípios e contéudo programático ainda precisa ser conquistado. Contudo, ele reconhece que o PPS está aberto para o diálogo e não descarta a possibilidade de aliança com nenhuma legenda. "Não temos preconceito com nenhum partido", declara. Essas diretrizes devem começar a ser delineadas em março, quando os dirigentes do partido se reunirão em Belo Horizonte (MG) para discutir as alianças.

Para Bueno, a única certeza é a candidatura própria do PPS. Com as expectativas de novos ares, ele não acredita que a disputa pelo governo do estado será bipolarizada entre dois grandes grupos políticos. "Os principais adversários são aqueles da velha prática política", enfatiza. Mas o dirigente do PPS reconhece os problemas que enfrenta um partido pequeno que almeja um lugar ao sol junto aos grandes. A força do político e/ou econômico pesa na disputa. Tanto que Bueno admite a relevância do apoio dos prefeitos na definição do governo. Mas lembra que não é um fator definitivo. Argumenta que não há transferência imediata de votos e que precedentes apontam candidatos que ganharam sem o apoio de lideranças municipais.

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