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O governador Sérgio Cabral e o secretário de Saúde Sérgio Côrtes fizeram uma vistoria no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira (3). Eles estavam acompanhados do novo diretor da unidade de saúde, Cesar Fontes Rodrigues. O governador declarou que a situação da rede de saúde do estado é muito dramática.

"Estou realmente chocado. O que o estado faz aqui é assassinato...um genocídio", disse Cabral após visitar a emergência, a enfermagem e o almoxarifado. No último, caixas amontoadas com materiais e suprimentos, poças d´água e até baratas se misturam aos medicamentos, alguns deles com data de validade vencida.

"Isso aqui é uma calamidade pública. Caso de Defesa Civil. Tem que fazer uma faxina, limpar tudo. Não tem nada bom aqui, além do esforço de alguns enfermeiros e medicos. A situação da saúde é dramática. As pessoas estão morrendo nos hospitas. É uma verdadeira roleta-russa os hospitais do estado do Rio.

De acordo com o governador, o hospital recebia R$800 mil por mês. "O problema não é dinheiro é gestão. Não estou preocupado com mais nada além de saúde, segurança e educação.", afirmou o governador.

"O que eu vi na emergência é um caso caótico. Verdadeiro caso de polícia. Uma situação desumana", afirmou Cabral. O governador disse também que vai acompanhar pessoalmente a evolução dos serviços em cada hospital. "A gente tem que conseguir vencer esta primeira etapa de forma rápida. Para isso eu conto com a ajuda do Corpo de Bombeiros que tem larga experiência na área de saúde", explicou. Ele disse ainda que, nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde vai entregar material e remédios para a unidade.

O novo diretor Cesar Fontes Rodrigues também falou sobre a situação no local. "O atendimento aqui é basicamente de corredor", disse ele. A direção do hospital vai pedir ao Ministério Público uma vistoria no local para que os responsáveis pelo caos no atendimento sejam identificados e punidos.

O secretário Sérgio Côrtes concorda que a situação é grave e que o sistema de saúde precisa melhorar.

"Emergencialmente vamos tomar uma série de medidas como limpar o almoxarifado, reduzir o número de pacientes nos corredores e reabrir o hospital do Iaserj, em Campo Grande, para atender os pacientes crônicos e desafogar os hospitais. Segundo o secretário, o hospital tem capacidade para 350 leitos.

A equipe do G1 tentou falar com o ex-secretário de Saúde Gilson Cantarino mas ele não foi encontrado.

Ex-governadora diz que cumpriu índices constitucionais na saúde

Rosinha Matheus prestou contas da sua administração, na tarde de sexta-feira (29), no Palácio Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Em entrevista coletiva, ela afirmou que entrega o governo com todas as metas alcançadas: "Eu cumpri todos os índices constitucionais, da educação, do ensino fundamental, na saúde, no Fecam e na Faperj. Desta forma, estarei entregando o estado equilibrado, saneado financeiramente e feliz por ter cumprido o meu dever".

Levantamento da situação nos hospitaisO secretário Sérgio Cortes, determinou que seja feito um levantamento dos hospitais. Equipes da secretaria vão percorrer as unidades para avaliar a situação da saúde no estado. Elas vão estudar qual é a melhor maneira de substituir os funcionários terceirizados. "Nós não temos noção de como estão os plantões do próximo fim de semana. Ou de hoje mesmo. Vamos ter que ter diagnóstico mais rápido possível pra tomar as decisões mais rápidas para poder repor pessoal", completou o secretário.

Nesta terça-feira (2), ele se reuniu com a equipe de trabalho e adiantou que vai começar imediatamente a comprar remédios e contratar profissionais, em caráter emergencial, para melhorar o atendimento à população. Na segunda-feira (1º), foi decretado o estado de emergência no sistema de saúde.

As mudanças na secretaria, como a criação de unidades pré-hospitalares 24h, também foram citadas pelo secretário. O objetivo é reduzir as filas nos hospitais. Sérgio Cortes falou como vão funcionar as subsecretarias de integração. "Nós teremos diretores regionais em todas as macro e micro regiões do estado", explicou. Ele acrescentou que, conversando com prefeitos e secretários e trazendo essa demanda para a Secretaria de Saúde, será possível fazer planejamentos para programas que os municípios queiram implantar em convênio.

Saúde: situaçao de emergênciaUm dos 15 decretos assinados pelo governador Sérgio Cabral, durante a posse do secretariado, nesta segunda-feira (1º) determinou situação de emergência no setor da saúde. O secretário de Fazenda, Joaquim Levy explicou que a medida "reconhece uma realidade" e dará a Côrtes a liberdade necessária para fazer aquisições de suprimentos e provisão de serviços de forma a superar as dificuldades iniciais. A situação de emergência tem prazo de 90 dias, podendo ser prorrogada por outros 90.

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