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A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Federal aprovou nesta quarta-feira (28) um pedido de informações sobre a contratação de Eduardo Gaievski, procurado pela polícia após ter prisão preventiva decretada por um suposto crime de estupro, pela Casa Civil. Segundo o deputado Fernando Francischini (PSDB), autor do pedido, o objetivo é esclarecer como ele foi contratado pelo governo. Gaievski, que é ex-prefeito de Realeza e foi exonerado do cargo de assessor especial da Casa Civil, está sendo investigado há três anos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pelo suposto crime.

Segundo Francischini, o objetivo era pedir a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), para esclarecer a situação. Entretanto, em acordo com a bancada de apoio ao governo, o deputado preferiu apresentar um pedido de informações, com prazo de 30 dias para resposta. "Queremos saber por que ele foi encarregado de cuidar de políticas públicas voltadas aos jovens. Seu perfil é absolutamente incompatível com o cargo", afirma. Ele questiona, entre outras coisas, se houve falha na verificação do passado de Gaievski.

Em entrevista concedida por e-mail, a ministra Gleisi disse que houve procedimentos de checagem antes da contratação de Gaievski e que não houve qualquer indicativo sobre as investigações contra o ex-prefeito. Ela disse, ainda, que não recebeu reclamações sobre a atuação dele na Casa Civil.

Gleisi também condenou o uso político do caso. "É lamentável que utilizem politicamente um episódio dessa natureza para me atingir. Todos que conhecem minha história de luta em defesa dos direitos das mulheres sabem que não existe a mais remota hipótese de tolerância com ações como essas", disse.

Desagravo

Em Curitiba, a secretária municipal da Mulher, Roseli Izidoro (PT), publicou uma nota de desagravo à Gleisi. Roseli, que já foi presidente do PT municipal, disse que o caso exige "apuração rigorosa e punição exemplar", mas que os adversários políticos do partido têm explorado o caso de "forma oportunista".

"O que está por trás dos ataques à ministra? A preocupação em punir os crimes que recaem sobre o ex-prefeito, com a qual concordamos plenamente? Ou estão sendo motivados por interesses e proveitos próprios das disputas eleitorais?", disse Roseli, na nota.

Ela ressaltou, também, que Gleisi teve um papel importante no combate à violência contra a mulher, implantando programas de combate à exploração sexual na Tríplice Fronteira, quando era diretora da Itaipu.

Intimação

Gaievski é considerado foragido, pois foi emitido um mandado de prisão preventiva, na última sexta (23). Segundo Rodrigo Biesus, um dos advogados de Gaievski, ele ainda não se apresentou à Justiça por não ter sido intimado formalmente e pessoalmente até esta quarta-feira (28).

No começo desta semana, os advogados de defesa pediram a revogação do mandado de prisão expedido contra o ex-assessor. A Justiça de Realeza ainda não decidiu se acata o pedido. Eles afirmam estar reunindo contraprovas sobre o caso. Outras informações não podem ser passadas, segundo os advogados, porque o caso corre em segredo de Justiça.

O caso

Gaievski é investigado há três anos pelo fórum de Realeza, onde foi prefeito entre 2005 e 2012, e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu. Ele foi exonerado da função nesta segunda-feira (26) do cargo e suspenso do quadro de filiados do PT do Paraná.

A revista Veja publicou, na semana passada, o depoimento de supostas vítimas, algumas menores de 18 anos, que afirmam que Gaievski as obrigou a manter relações sexuais com ele em troca de cargos ou dinheiro.

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