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Simulação

Os partidos maiores seriam os mais beneficiados na composição da Câmara dos Deputados com o fim das coligações nas eleições proporcionais:

A Câmara dos Deputados decidiu começar a discutir nesta semana a reforma política. De acordo com o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), quatro pontos importantes serão trabalhados separadamente, de forma fatiada, para tentar chegar a um consenso entre os parlamentares: o fim das coligações nas eleições proporcionais (para deputado e vereador); a unificação das datas de todas as eleições (que uniria pleitos municipais e nacionais no mesmo ano); o fim do financiamento privado a campanhas eleitorais; e um sistema distrital misto para eleições legislativas, que elegeria metade dos deputados por meio da votação de partidos e metade na votação em pessoas.

Uma das principais questões é o fim das coligações nas proporcionais. A medida tem encontrado resistência entre partidos menores, beneficiados do atual sistema para eleger vereadores e deputados. É o que diz um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), e também a opinião da deputada federal Rosane Ferreira (PV-PR), que fez parte da Comissão Especial para avaliar as propostas.

Mesmo sendo de um partido pequeno, Rosane defende a nova regra. "Eu fui eleita em uma chapa pura. Qual o sentido de existir 30 partidos sem corpo partidário? Acabar com as coligações é fundamental porque vai obrigar os partidos a buscar representação própria, lançando candidatos, conquistando novos filiados, discutindo programas partidários", acredita. Se aprovada, as coligações seriam válidas apenas para os cargos de prefeito, governador, senador e presidente.

O fim das coligações beneficiaria os grandes partidos, como o PT, o PMDB e o PSDB. Para o cientista político Fabrício Tomio, da UFPR, o modelo dificultaria a representação de partidos pequenos em estados menores. "O principal benefício para o eleitor é saber que seu voto não vai ajudar a eleger o representante de um partido que ele não queira", explica.

Ele, porém, diz ser cético quanto à aprovação da matéria. "O Tribunal Superior Eleitoral já sinalizou, em decisões anteriores, que a mudança por lei não é aceitável. A saída seria a emenda constitucional."

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