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Outro grande esquema de corrupção e desvio de dinheiro público que tem raízes – ou pelo menos passa – por Londrina é o mensalão, que estourou em 2005. José Janene, então deputado federal, que já havia deixado rastros no escândalo AMA/Comurb e no caso Banestado, foi apontado como responsável pela distribuição de R$ 4,1 milhões do valerioduto para seus colegas parlamentares do PP utilizando a corretora Bônus Banval para disfarçar a origem do dinheiro. Curiosamente, durante as investigações do mensalão, houve a suspeita de que a Bônus Banval seria de Alberto Youssef.

Estimativas do Ministério Público Federal (MPF) apontam que o mensalão teria movimentado R$ 101,6 milhões, quantia usada pelo governo Lula para garantir apoio no Congresso entre 2003 e 2004.

No total, 40 pessoas foram denunciadas e 24 condenadas – entre elas o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu; o ex-presidente do PT, José Genoino; e o publicitário Marcos Valério. Janene chegou a ser processado. Mas, como morreu em 2010, não foi julgado. Seu assessor João Claudio Genu acabou absolvido por ter sido considerado “um mero intermediário” do esquema. Os donos da Bônus Banval e outros dois deputados do PP foram condenados.

Janene foi o último parlamentar acusado no mensalão a ser julgado pela Câmara dos Deputados, em dezembro de 2006. Foi absolvido e se livrou da cassação, beneficiado principalmente pela ausência de 147 dos 513 deputados no julgamento. Para os conhecidos de Janene, isso demonstrou o poder político que o paranaense tinha na Casa.

Origem londrinense

Segundo um ex-funcionário de Janene ouvido pela reportagem, que pediu para não ser identificado, o modo do ex-deputado operar no Congresso já era praticado em Londrina. Em 1997, no 3.º mandato de Belinati na prefeitura, Janene teria sido responsável por fazer um acordo com os vereadores para que o prefeito tivesse domínio da maioria da Casa. A “mesada”, segundo o ex-funcionário, era o equivalente a um salário de vereador. À época do mensalão, o caso chegou a ser publicado na imprensa . Belinati foi procurado para comentar o caso, mas não quis falar com a reportagem. (KB)

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