• Carregando...

A Câmara Municipal de Jataizinho, no Norte do Paraná, suspendeu o concurso público realizado no domingo (17) por uma das empresas envolvidas em um suposto esquema de fraudes, denunciado pela reportagem do Fantástico, da Rede Globo. O concurso foi aberto para o preenchimento de cinco vagas, entre elas, a de advogado. Os salários variam de R$ 676,13 a R$ 1.937,44. A Câmara de Rolândia também realizou concurso no domingo organizado por uma das empresas denunciadas. A procuradoria estuda uma possível anulação do processo seletivo.

Durante dois meses, o Fantástico gravou com câmeras escondidas conversas com representantes de empresas dos três estados da Região Sul, que organizam concursos públicos. A investigação foi feita com o conhecimento dos prefeitos e presidentes das Câmaras de Vereadores.

O esquema fraudulento foi denunciado por uma fiscal de prova de Novo Barreiro, no Rio Grande do Sul, que afirma que parentes do prefeito daquela cidade entregaram a prova quase em branco, mas foram aprovados em concurso municipal. Ela também afirmou à reportagem do Fantástico que as empresas vendem o gabarito antes da prova e que o valor seria descontado na folha de pagamento depois que o candidato fosse convocado. "Eles justificavam esses descontos como se os funcionários tivessem feito um empréstimo no banco pagos em parcelas." Os bancos negam que esses empréstimos tenham sido feitos.

MP investiga fraudes em todo o país

Concursos públicos teriam sido fraudados em todo o país para beneficiar candidatos ligados a políticos, principalmente familiares e assessores. A reportagem do Fantástico informou que há indícios de irregularidades em provas feitas nos 26 estados e no Distrito Federal, as quais estariam sendo investigadas pelo Ministério Público de cada localidade. Representantes de três empresas do Paraná - responsáveis pela organização dos concursos - foram citados pelo Fantástico e teriam participação nos golpes.

A maior parte das irregularidades foi cometida em concursos municipais. De acordo com o Fantástico, prefeitos e vereadores contratam empresas para organizar as provas e pagam propina para indicar candidatos que devem ser aprovados.

A representante de uma empresa de concursos de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, afirmou que até cinco candidatos poderiam ser aprovados irregularmente por meio do esquema. O contrato para a realização do concurso irregular ficaria no valor de R$ 22,5 mil. Nesse montante já foi calculado o valor de um imposto (R$ 500).

Representantes de uma empresa de Curitiba e outra de Maringá revelaram que agiam da mesma forma – trocando os cartões-resposta. O resultado seria que o candidato beneficiado teria "acertado" o número de questões suficientes para ser aprovado.

Todos os envolvidos negaram que havia fraudes quando foram procurados pela reportagem do programa da Rede Globo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]