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Pastor Valdemir Soares (PRB), vereador | Antônio More/ Gazeta do Povo
Pastor Valdemir Soares (PRB), vereador| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Pela primeira vez nesta legislatura, a Câmara de Curitiba derrubou um veto do prefeito Gustavo Fruet (PDT), em um sinal de descontentamento com o Executivo municipal. Por 23 votos a 9, o plenário derrubou o veto a um projeto do vereador Helio Wirbiski (PPS) que obriga bares e casas noturnas, com capacidade de receber mais de 300 pessoas, a instalarem painéis que exibam orientações de segurança em casos de incêndio e outros acidentes.

No veto, a prefeitura argumentava que não caberia ao poder municipal legislar sobre o tema, já que esse tipo de definição cabe à União e aos estados. Além disso, a prefeitura entendeu que a proposta poderia ferir a livre iniciativa e não estabeleceria parâmetros para fiscalização.

Wirbiski e os vereadores Jorge Bernardi (PDT) e Valdemir Soares (PRB) saíram em defesa do projeto. "Não entendi exatamente por que o prefeito decidiu vetar. A prefeitura disse que não teria condições de fiscalizar, mas ela fechou várias casas noturnas recentemente. Então tem sim como fiscalizar", disse Wirbiski.

Relação abalada

Nos bastidores da Câmara, a derrubada do veto é vista como um sinal dos vereadores para o Palácio 29 de Março. "A relação da prefeitura com os vereadores está muito ruim. Os projetos que nascem aqui são discutidos nas comissões, analisados pela assessoria jurídica, analisados em plenário e aprovados. Aí basta um jurista da prefeitura defender o veto e o projeto é vetado", queixou-se o vereador Pastor Valdemir Soares (PRB).

Soares confirmou que os vereadores estão descontentes com algumas pastas. "Tem assessores que não atendem os vereadores. Nós recebemos as reclamações da população e levamos para eles. Mas não somos atendidos. O problema ocorre especialmente com a manutenção de parques e praças e na área de saúde", disse. "O prefeito Gustavo Fruet é um grande político, mas os assessores dele estão mil anos luz atrás dele." O ex-vereador Celso Tor­quato, assessor do prefeito responsável pela interlocução com a Câmara, minimizou o episódio. "O projeto era inconstitucional, mas [o veto] faz parte do jogo". Sem citar nomes, Torquato confirmou que há descontentamento com alguns secretários. "Estamos levando isso para o prefeito."

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