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Os membros da Mesa Diretora da Câmara decidiram nesta quarta-feira, após uma reunião de três horas de duração, que não vão aumentar a verba de gabinete à qual os deputados têm direito. Dos sete integrantes da mesa, seis decidiram não mexer no benefício. O voto vencido foi do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), autor da idéia.

- O assunto foi encerrado e o aumento da verba foi derrotado - lamentou Ciro, que queria aumentar a verba de gabinete dos atuais R$ 50.800 mensais para R$ 65.100 por deputado.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), explicou a razão da derrubada da proposta:

- Todos nós temos nos esforçado para manter a Câmara em sintonia com o que a sociedade espera de nós. Estamos em uma nova fase, buscando o reconhecimento do nosso trabalho.

No dia anterior, Chinaglia e os líderes dos partidos decidiram acabar com as sessões deliberativas do plenário às segundas-feiras.

Aumento salarial

No entanto, na mesma reunião, os deputados decidiram que o aumento salarial dos deputados será votado assim que a pauta da Câmara for desobstruída. Além dos subsídios dos deputados e senadores, os parlamentares querem votar o aumento dos ministros e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- A posição da Mesa da Câmara é que será pautada a recomposição dos subsídios dos parlamentares. Eu vou procurar imediatamente o presidente do Senado, já que é uma decisão das duas casa - afirmou Chinaglia.

Aumento para Lula

O petista disse também que acredita que o aumento salarial de Lula deve ser maior do que o dos deputados:

- É razoável que o presidente ganhe mais que deputados e senadores. Mas também é consenso que devemos consultar o Executivo sobre isso, para não causar nenhum problema - explicou o deputado, que anunciou que vai pedir que o governo designe um responsável para discutir o assunto com o Congresso.

Chinaglia afirmou que não foi discutida a situação dos cargos de natureza especial (CNE) da Câmara, que são preenchidos sem concurso. O assunto será discutido apenas em uma próxima reunião, marcada para terça-feira.

Chapéu de vaqueiro

Em meio à discussão sobre votações, CPI e aumento salarial, Chinaglia teve um desentendimento com um deputado que se veste de forma diferente dos demais. Edigar Mão Branca (PV-BA), parlamentar de primeiro mandato, tirou a paciência do presidente por usar um chapéu de vaqueiro durante as sessões do plenário. Irritado, Chinaglia trouxe o assunto à tona na reunião desta manhã. O petista admitiu que o regimento da Câmara não proíbe a indumentária do deputado e cantor de forró, mas disse acreditar que o símbolo do cangaço não condiz com o Parlamento.

Chinaglia tentou dissuadir Mão Branca, mandando um funcionário pedir que o forrozeiro tirasse o chapéu. Mas foi mal-recebido:

- Não tiro, isso é preconceito! O presidente tem que respeitar o meu direito de ir e vir. Eu estou muito à vontade e respeito as pessoas. O chapéu é minha marca desde que trabalhava na roça como amansador de cavalos. As pessoas me conhecem assim. Só o povo pode me tirar o chapéu! - disse Mão Branca, que assumiu após o titular da vaga, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ser nomeado ministro da Integração Nacional.

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