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Depois da absolvição do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) no plenário da Câmara na noite de quarta-feira, o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), fez uma previsão, nesta quinta, de que outros deputados devem ser absolvidos no plenário. Ele citou os casos de Roberto Brant (PFL-MG), João Paulo Cunha (PT-SP) e Professor Luizinho (PT-SP), que estão em situação semelhante à de Queiroz. O deputado absolvido admitira ter intermediado, sem prestação de contas ou comprovação da origem, a transferência de R$ 350 mil recebidos do empresário Marcos Valério para o PTB.

Izar comentou que a absolvição de Queiroz pelo plenário acaba com a tradição da Câmara de seguir o voto recomendado pelo Conselho. Segundo o presidente do Conselho, Queiroz "trabalhou direitinho" para evitar a cassação do mandato.

- Romeu é uma figura simpática, é amigo de todo mundo e soube fazer o processo político eleitoral - afirmou, antes de acrescentar que Queiroz lhe teria revelado que entre os 250 votos contrários à sua cassação pelo menos 50 foram do PT.

Na manhã desta quinta o Conselho de Ética retomou os trabalhos em clima de desânimo e de pessimismo após a absolvição. Para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), o plenário deu um prêmio de Natal ao petebista.

- Romeu Queiroz recebeu um valério-indulto de Natal. A mim causa profunda frustração e preocupação com o futuro do Conselho de Ética - disse.

Já o deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP) afirmou estar envergonhado de ser parlamentar e que a sociedade não vai perdoar a Câmara pela decisão.

- Ficou claro que a Lei de Gerson é a maior das leis do país. A impunidade parece que tem que prevalecer sempre. Me dói muito o que ocorreu. Isso significa que nós parlamentares não nos damos o respeito. Foi um triste episódio o que ocorreu ontem (quarta-feira).

Para líderes da base do governo, pode haver um reflexo na votação dos demais processos do mensalão.

- A absolvição do Romeu Queiroz é uma sinalização, de fato, para os demais processos. É emblemática, porque é o primeiro caso de um parlamentar que se beneficiou de recursos oriundos do caixa dois. A convocação extraordinária, no mesmo dia da absolvição, fortalece a imagem negativa da Câmara. A expectativa da população era que se cassasse - lamentou líder do PSB, Renato Casagrande(ES).

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou que seu partido tenha participado de um acordo para salvar deputados.

- Não tenho a mínima idéia se 50 deputados do PT votaram pela não cassação. Não houve uma reunião de bancada para uma decisão coletiva - disse Chinaglia.

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