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Com o plenário lotado e muita gente em pé, a Câmara dos Deputados instalou na tarde desta quinta-feira a CPI do Apagão Aérego. A comissão tem muitos deputados desconhecidos: dos 24 integrantes titulares, nove são de primeiro mandato. Entre os 24 suplentes, 15 são de primeiro mandato.

Por 16 votos a oito, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) foi eleito na presidente, derrotando o tucano Vanderlei Macris (SP). Na disputa da vice-presidência, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) venceu Vic Pires (DEM-PA) por 15 a 9. Antes da votação, Tanto Marcelo Castro quanto Macris prometeram que a CPI vai promover uma investigação imparcial e profunda das causas do caos aéreo no país.

Marcelo Castro deverá fazer a designação oficial do relator. A base concluiu pela manhã as indicações. Para relator, o PT escolheu o deputado gaúcho Marco Maia (RS), conforme antecipou o blog de Tereza Cruvinel .

Ao chegar, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), um dos poucos integrantes conhecidos da opinião pública por causa do trabalho na CPI dos Correios, disse que a comissão começa investigando o acidente com o Boeing 737-300 da Gol, mas pode chegar a outras áreas, se surgirem denúncias. Também nesta quinta-feira, o jornal "The New York Times" informou que autoridades da segurança aérea americana atribuíram parte da responsabilidade pelo acidente que matou 154 pessoas em setembro do ano passado - a uma falha de equipamento no jato Legacy.

- A CPI dos Correios começou investigando os Correios e terminou no mensalão. Essa começa com o avião da Gol, mas vamos investigar tudo o que for preciso. Vamos focar na ineficiência da gestão do sistema aéreo e, se houver denúncia em qualquer outra área, vamos investigar.

Enquanto na Câmara, a CPI do Apagão está pronta para o pontapé inicial, no Senado a comissão ainda aguarda a indicação dos partidos.

Em entrevista nesta quinta-feira, o petista Marco Maia disse que o foco da CPI não será a Infraero, mas garantiu que a estatal que administra dos aeroportos poderá ser investigada se forem encontradas conexões entre a empresa e a crise no controle de tráfego aéreo. Ele disse que a comissão vai investigar tudo o que tiver relação com a crise e garantiu que não recebeu pressão do Palácio do Planalto.

- Todas as questões que tiverem conexão com a crise serão investigadas. Se a Infraero tiver conexão forte com a crise do setor aéreo, vamos investigar, mas não é essa intenção e não será o foco. Temos que trabalhar para que a CPI não seja um fiasco e apresente resultados concretos para a sociedade e se recupere o papel das CPIs de investigar - afirmou.

O deputado gaúcho disse que não haverá desconforto se tiver que investigar parlamentares da base aliada, como o deputado Carlos Wilson (PT-PE), que foi presidente da Infraero.

- Não existe desconforto nenhum em investigações produzidas pela CPI, independentemente do partido do parlamentar - afirmou.

Cúpula do PMDB usou CPI para pressionar por cargos

Mesmo com cinco ministérios, a cúpula do PMDB passou a quarta-feira pressionando pela nomeação de cargos do segundo escalão, antes de divulgar seus integrantes para a comissão. O comando do partido cedeu à pressão de setores da bancada e esticou a corda até o último minuto, para sinalizar que poderia escolher deputados mais independentes e não tão afinados com o Planalto. Do total das 24 vagas de titulares na comissão, 16 são para os governistas, sendo que 12 referem-se a PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC e PTdoB. Já a oposição ficará com oito vagas: sete para o bloco PSDB, DEM, PPS e uma para o PSOL.

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