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reforma eleitoral

Câmara reverte decisão do Senado e libera doação privada nas eleições

Proposta aprovada pelos senadores foi modificada pelos deputados. Agora, financiamento de empresas só acaba se Dilma vetar o projeto

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi o principal articulador do financiamento privado. | /
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi o principal articulador do financiamento privado. (Foto: /)

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (9) mudanças nas regras eleitorais que haviam sido definidas pelo Senado. Os deputados aprovaram parecer de Rodrigo Maia (DEM-RJ) cujo principal ponto prevê a volta das doações de empresas a partidos políticos, que então poderão repassar a verba para os candidatos. Essa proposta havia sido aprovada anteriormente na Câmara, mas foi derrubada na votação do Senado.

Outro ponto da minirreforma eleitoral aprovada pelos deputados permite o pagamento de cabos eleitorais. Também foi permitida a contratação, por empresas de comunicação, de institutos de pesquisa que tenham trabalhado para candidatos no período de um ano antes da eleição. Essa proposta havia passado no Senado.

O projeto de lei aprovado vai agora para sanção da presidente Dilma Roussef, que pode vetar trechos da proposta antes de transformá-la em lei.

Seis meses

O parecer apresentado pelo deputado Rodrigo Maia também acolheu mudanças feitas pelos senadores no texto aprovado pelos deputados anteriormente, como o aumento do tempo de propaganda para candidatos e o direito de resposta em material publicado na internet – o pedido poderá ser apresentado a qualquer tempo ou em até 72 horas após a retirada do conteúdo do ar.

Os deputados também reduziram de um ano para seis meses o prazo de filiação partidária antes das eleições para que alguém possa participar do pleito. Os parlamentares mantiveram o prazo de um ano morando no domicílio eleitoral para poder concorrer por aquela localidade.

Polêmica

A aprovação das doações de campanha por empresas causou polêmica. Alguns parlamentares defenderam que fosse mantida a proibição aprovada pelo Senado. Mas o plenário manteve a doação de empresas para partidos, mas não para candidatos. “Temos a oportunidade de mostrar que queremos fazer o que o povo quer de nós, de limitar o poder do dinheiro nas eleições”, comentou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), antes da votação.

O deputado Assis Carvalho (PT-PI) também se manifestou favoravelmente ao texto aprovado no Senado. “Não é a proposta ideal, mas é bem mais avançada. Teve a firmeza de dizer que não concorda que cada parlamentar tenha um dono, uma empresa que lhe compre, lhe financie, lhe diga quanto custa o seu mandato”, disse. Ele teve o apoio do deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA). “É uma única medida que irá mudar profundamente a forma de se fazer política. Caso contrário, muda tudo para não mudar nada”, afirmou.

O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) defendeu que acabar com as doações de empresas a campanhas não daria fim à corrupção. “Financiamento privado é a expressão da sociedade em cima de interesses legítimos e republicanos.”

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