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Fabio Camargo: insinuações de que alguém da confiança de Richa recebia recibos de campanha do comitê de dissidentes do PRTB | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Fabio Camargo: insinuações de que alguém da confiança de Richa recebia recibos de campanha do comitê de dissidentes do PRTB| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

O deputado estadual Fabio Camargo (PTB) afirmou ontem que prefere não acreditar na possibilidade de envolvimento do prefeito Beto Richa (PSDB) no desmonte de sua candidatura a prefeito, na coligação com o PRTB, na última eleição municipal. Mas ele deu a entender que as evidências sinalizam o contrário. Camargo foi candidato a prefeito no ano passado em coligação com o PRTB e acabou sendo um dos maiores prejudicados pela dissidência do PRTB que apoiou a campanha tucana.

"Se ele (Beto) já sabia, ajudou a orquestrar ou fingiu que não viu, a decepção vai ser enorme. E, infelizmente, tudo está levando a isso", declarou Camargo. Ele insinuou ainda ter a informação de que alguém do PSDB recebia documentos da prestação de contas do Comitê Lealdade, formado por dissidentes do PRTB. "Se for confirmado quem recebia os recibos do (Alexandre) Gardolinski (coordenador do comitê), não vou mais ter como acreditar que o prefeito não sabia." Apesar da declaração, não citou nomes.

Foi a primeira vez que o deputado fez comentários mais detalhados sobre o caso, depois do vazamento do vídeo em que ex-candidatos a vereador pelo PRTB aparecem recebendo dinheiro de Alexandre Gardolinski, que posteriormente foi nomeado gestor da Secretaria Municipal do Trabalho.

Os candidatos desistiram da candidatura e abandonaram a campanha de Fabio Camargo para apoiar Beto Richa, que estava disputando a reeleição. Na época, a versão dos dissidentes era de que não concordavam com a coligação com o PTB.

Fábio Camargo admitiu que já tinha conhecimento sobre o vídeo há 20 dias, mas não quis fazer a denúncia antes de realizar uma perícia no material. Ele garantiu que não teve qualquer participação na divulgação, embora considere que o material seja uma prova de que os ex-candidatos "não estavam desestabilizando de graça" a sua campanha.

O deputado criticou ainda o prefeito Beto Richa por dar espaço na administração para Alexandre Gardolinski. "Fico impressionado como alguém tão despreparado, desqualificado e sem caráter pode ser tão importante na prefeitura a ponto de ser o braço direito da Fernanda Richa na FAS (Fundação de Ação Social)", afirmou, lembrando que Gardolinski, antes de trabalhar na Secretaria do Trabalho, esteve lotado na FAS.

O vídeo do Comitê Lealdade acabou sendo, pelo segundo dia consecutivo, o principal assunto discutido na Assembleia. O deputado Tadeu Veneri (PT) defendeu na tribuna que o caso precisa ser explicado porque o fato de o aluguel da casa em que funcionou o comitê ser pago pelo PSDB cria ligação com a candidatura de Richa. "São situações que constrangem o prefeito", afirmou. O petista Elton Welter também defendeu uma investigação rigorosa do caso.

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, reafirmou que Richa agiu com rigor demitindo os envolvidos: Gardolinski, o ex-secretário Manassés de Oliveira e o assessor Raul D’Araújo Santos. Rossoni também defendeu uma investigação rápida do caso e assegurou que todos os gastos do Comitê Lealdade foram registrados na Justiça Eleitoral.

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As demissões de envolvidos, determinadas pelo prefeito Beto Richa, são suficientes para encerrar o caso dos dissidentes do PRTB?

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