• Carregando...

A eleição de um vereador de Curitiba pode custar até R$ 20 por voto. Na última campanha municipal, em 2004, o eleito que mais investiu para conquistar os eleitores foi o vereador Roberto Hinça (PDT), que gastou R$ 162,2 mil para se eleger. Como ele foi escolhido por 8,3 mil curitibanos, o custo de cada voto foi de R$ 19,54 – segundo levantamento da ONG Transparência Brasil.

Como era sua primeira eleição, Hinça diz que teve de investir pesado para se tornar conhecido pelo eleitorado. "Acho que o valor que utilizei na campanha passada foi um valor necessário para que pudesse levar minha proposta e meu nome para os quatro cantos de Curitiba." Ele confessa, no entanto, que quando não se tem experiência acaba-se "fazendo bobagens" no gasto eleitoral.

Nesta eleição, o vereador não pretende gastar nem a metade do que investiu em 2004. Hinça diz acreditar que os votos virão do trabalho que ele fez na Câmara Municipal e não de publicidade massiva. Ele ainda questiona o valor declarado por outros candidatos, que teriam gastado menos que ele. "Tem candidato que colocou que arrecadou R$ 4 mil com cinco mandatos de vereador. É impossível fazer campanha só com isso, pelo menos na minha avaliação." Ele defende o financiamento público de campanha, desde que seja feito com critérios e com fiscalização.

O vereador eleito que teve a maior receita, porém, foi Ney Leprevost (PP), que hoje é deputado estadual. Ele gastou em 2004 R$ 237,5 mil. Leprevost também obteve a maior votação, com 18,6 mil votos. Dessa forma, gastou R$ 12,78 por voto. O segundo colocado foi Fabio Camargo (PTB), que também hoje é deputado, com arrecadação de R$ 177,8 mil. Ele obteve 18 mil votos e gastou R$ 9,88 por voto.

O levantamento da Transparência Brasil ainda mostrou que a vereadora que menos gastou, proporcionalmente por voto, foi Dona Lourdes. A vereadora teve uma receita total de R$ 2 mil na última eleição e foi a que menos arrecadou entre os eleitos. Como fez 6,4 mil votos, gastou R$ 0,31 por eleitor.

A eleição de 2004 foi a primeira que Dona Lourdes disputou. Ela diz que se tornou conhecida pelo trabalho comunitário que desenvolve há 25 anos e que a única doação que recebeu foi feita pelo genro. "Não coloquei nada, só a placa que o genro repassou, 20 faixas e o santinho que o partido que dá." Para ela, é possível fazer uma candidatura com poucos recursos.

Outro dado levantado pela Transparência Brasil foi custo médio do voto a vereador em 2004: R$ 4,64. Dentre os candidatos eleitos, o cada voto custou R$ 6,20.

O professor de Ciência Política e Direito Constitucional Carlos Luiz Strapazzon, do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), afirma que a maioria dos candidatos não declara exatamente o que gasta na campanha, o que não seria um problema exclusivo do Brasil. Segundo ele, estima-se que um campanha eleitoral para vereador não custa menos que R$ 700 mil. "Se o candidato é novato pode custar até R$ 1 milhão. Declarações de gasto de campanha abaixo disso, de quem vence a eleição, é de desconfiar."

Prefeitura

Já a última campanha à prefeitura, em 2004, foi muito mais cara, proporcionalmente, ao menos para o ex-candidato Osmar Bertoldi (DEM). Ele chegou a gastar R$ 58,5 por voto que obteve. Bertoldi arrecadou R$ 3,4 milhões e conquistou 58,5 mil votos. Já o prefeito Beto Richa arrecadou na última eleição R$ 4,2 milhões. Como ele, em 2004, obteve 329,4 mil votos, gastou R$12,65 por voto, em média.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]