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O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, enfrentou nesta quarta-feira (23) uma saia justa ao ser questionado sobre as posições da vice-presidente de sua chapa, a ex-senadora Marina Silva, em relação ao agronegócio. Em um almoço com cerca de 200 empresários e produtores rurais na cidade de Cascavel (PR), uma das perguntas enviadas por escrito pela plateia questionava Campos se o alinhamento de Marina com ONGs do setor ambiental influenciava o seu pensamento sobre o setor. "Eu nasci no meio rural, conheço a realidade do homem do campo e sou o primeiro a agir em defesa deste setor que é fundamental para o desenvolvimento do país", respondeu.

O pré-candidato do PSB declarou, em 2010, ser dono de um propriedade rural no município de Garanhus, no interior de Pernambuco. Ele também é dono de uma empresa de agropecuária. Em outubro do ano passado, o anúncio da aliança entre Marina e Campos acabou produzindo o afastamento de produtores ruais da candidatura socialista. O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos líderes da bancada ruralista na Câmara, rompeu, na época, as negociações com o PSB para uma aliança em Goiás.

O ex-governador de Pernambuco também disse que Marina não é contra o setor. "Marina mostrou apreço a quem produz os alimentos e que alçam o Brasil à condição de destaque no cenário econômico internacional." Mais cedo, em encontro com prefeitos da região, fez críticas ao Legislativo brasileiro. "A omissão do Legislativo está permitindo que o Judiciário extrapole limites e, ao invés de fazer cumpri-las, ele elabora as leis."

Campos manteve os ataques ao governo Dilma Rousseff. "É preciso substituir as raposas que estão há 40 anos no poder e que dão às costas à nação. Eles descerão de costas a rampa do Palácio do Planalto." O ex-governador de Pernambuco prometeu reduzir ministérios pela metade e fez críticas à gestão Dilma em áreas como segurança, saúde e educação. Na segurança pública, citou a diminuição do efetivo da Polícia Federal.

Na saúde, afirmou que, em 1998, a União financiava 70% de cada R$ 100 investidos no setor. Hoje, esse percentual teria caído para 40%. Na educação, afirmou que os investimentos que o governo faz no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), de R$ 10,5 bilhões por ano, são ínfimos diante da arrecadação do governo, que é de R$ 1 trilhão. "O Brasil deveria se espelha no exemplo da Coreia do Sul e dos Tigres Asiáticos, que investiram em longo prazo e, hoje, colhem os resultados."

Campos creditou à burocracia o fato de o Brasil ter crescido menos do que o esperado e afirmou que a Brasil é um país cartorial. "Em Brasília, há 14 mil pessoas aptas a carimbar documentos. Às vezes, um prefeito precisa cumprir em torno de 30 exigências legais, entre certidões negativas e outros comprovantes, e, ao cumprir a última exigência, a primeira delas já está vencida", disse.

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