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No último mês, a presidente Dilma Rousseff passou a circular com mais assiduidade com um de seus auxiliares: o ministro da Educação Fernando Haddad. Candidato preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Prefeitura de São Paulo e enfrentando resistências internas no PT para se viabilizar, Haddad tem conseguido emplacar programas em sua área e, o mais importante, ganhou espaço na concorrida agenda de Dilma.

Desde o início de seu governo, a presidente já participou de 12 eventos ligados à Educação. Somente neste mês foram três - levando-se em consideração que Dilma permaneceu uma semana longe do Brasil, em reuniões na ONU, em Nova York, é de fazer inveja aos colegas da Esplanada. Outras áreas importantes, como Justiça, Defesa e Saúde, por exemplo, não têm a mesma performance.

A atenção de Dilma a outros ministros só é maior às mulheres da casa - Gleisi Hoffmann, da Casa Civil; Ideli Salvatti, de Relações Institucionais; e Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social. Mas esses três casos não servem de comparação, porque as ministras têm presença constante em quase todas as solenidades no Palácio do Planalto.

Haddad começou o mês ao lado de Dilma na cerimônia de abertura da 15ª Bienal Internacional do Livro, no Rio. Foi uma participação protocolar, ao lado da ministra da Cultura, Ana de Holanda. No entanto, duas semanas depois, ele assegurou a presença de Dilma em dois dias consecutivos. Dia 14, num seminário sobre compras governamentais, precedido por uma visita à exposição sobre compras na educação. Ciceroneada pelo ministro e acompanhada por vários empresários interessados em apresentar seus produtos, Dilma entrou em ônibus e barco escolares, recebeu informações sobre ambulatórios médicos nas escolas, e se empolgou sobre uma lousa inteligente, criada por cientistas brasileiros.

Em todas as fotos, Haddad aparece sorridente ou compenetrado ao lado da chefe. No dia seguinte, novamente lá estava o ministro ao lado da presidente. Foi numa cerimônia de abertura de uma nova seleção para unidades de educação infantil e quadras poliesportivas nas escolas. O evento, em si, era apenas continuidade de outro, já lançado pelo governo em maio, com o mesmo conteúdo - além da doação de bicicletas para alunos que, pelo menos no caso de Brasília, revelou-se um fiasco porque os estudantes tiveram de devolvê-las depois da solenidade porque o governador Agnelo Queiroz e o próprio Haddad disseram que os alunos teriam, antes, de fazer um curso sobre segurança.

Desde que Lula saiu a campo para dizer aos petistas que ele é o seu candidato à Prefeitura de São Paulo, o ministro tem se esforçado para se tornar mais popular e viável, sobretudo entre os companheiros de partido. E um apoio da presidente Dilma - em que pese o fato de ela não ser uma militante de carteirinha do PT - pode ser decisivo para que ele leve vantagem sobre a senadora Marta Suplicy, que vem fazendo o que poucos petistas ousam: enfrentar abertamente Lula e até mesmo a própria Dilma, caso esta se incline para o desafeto da ex-prefeita.

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