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Após o mal estar com a opinião pública, com a fracassada proposta de praticamente dobrar os vencimentos dos parlamentares, os três candidatos a presidente da Câmara defenderam nesta sexta-feira o reajuste dos salários pela inflação. Em debate no jornal "Folha de S.Paulo", o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato à reeleição, e o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), não se comprometeram com a equiparação dos vencimentos dos parlamentares com o dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), embora já tivessem prometido brigar por ela.

A mudança de tom já tinha sido sentida nesta semana, quando Chinaglia e Aldo divulgaram as cartas com promessas de campanha aos colegas deputados, nas quais o aumento salarial não foi tratado como prioridade. O debate mudou depois do lançamento da candidatura de Gustavo Fruet (PSDB-PR), que assumiu a defesa da ética como bandeira eleitoral.

No debate na Folha, o tucano disse que discussão já apresenta um ganho para a sua candidatura. Fruet afirmou também ser favorável à transparência e ao controle dos gastos dos deputados por meio das chamadas verbas indenizatórias. Para o candidato, essa medida está entre as que devem ser tomadas para resgatar o prestígio do Parlamento.

Aldo admitiu que o debate político sobre o novo salário dos deputados está se encaminhando para um aumento baseado na inflação acumulada desde 2003, em vez do reajuste de cerca de 90%.

- Essa proposta é a mais prudente - afirmou.

O presidente da Câmara fez questão de ressaltar que o reajuste de 90%, discutido em dezembro passado, foi decidido em uma reunião com todos os líderes partidários na Câmara. Segundo o deputado, com exceção dos líderes de PT, PSOL e PV, "todos os demais líderes, sem exceção, apoiaram esse número". Ele ressaltou que a proposta de reajuste com base apenas na inflação também foi apresentada naquela reunião e não foi aprovada.

O candidato do PT criticou a maneira como foi conduzido o aumento dos parlamentares. O fato de a discussão não ter passado pelo plenário foi um erro na avaliação do deputado. Chinaglia afirmou ainda que não há um deputado sequer que defenda o aumento de 91%. Por outro lado, o candidato do PT considera injustas as diferenças entre os salários da cúpula dos Três Poderes.

- Os ministros do STF ganham três vezes o que ganha o presidente da República - comparou.

Chinaglia quer que o salário dos deputados federais e senadores passem a ser o teto da remuneração em todo o serviço público. Para ele, essa medida deve ser adotada porque "o Poder Legislativo é mais transparente". Por isso, "qualquer que seja o teto, ele deve ser o salário do Legislativo", defendeu. Mas a questão não deve ser decidida unilateralmente.

- Vou procurar os outros poderes para saber o que pensam - disse.

Aldo apresentou ainda uma proposta de congelamento dos salários dos ministros do Supremo, que hoje representam o teto do funcionalismo público (R$ 24.500), até que se decidade vez o teto para todas as carreiras públicas dos três Poderes (Executivo, legislativo e Judiciário).Candidatos defendem financiamento público de campanha

Sobre a reforma política, os três destacaram a necessidade de se aprovar o financiamento público de campanha.

- Eu começo a discussão com a lista fechada e o financiamento público - disse Chinaglia.

Aldo concordou com as duas sugestões e Fruet foi além, defendendo também a adoção do voto distrital como prioridade na reforma política.

Dos três candidatos, o que mostrou mais confiança na vitória na eleição que acontece em 1º de fevereiro foi Chinaglia.

- Eu vejo possibilidade (de vitória no primeiro turno) - afirmou o candidato petista, que busca o apoio do PDT.

Na segunda-feira, os candidatos voltam a discutir suas propostas em debate na TV Câmara, às 11h.

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