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Parlamentares tucanos disseram nesta segunda-feira que consideram a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à presidência da República um "caminho natural" dentro do PSDB. Numa estratégia para reforçar a indicação de Alckmin à sucessão presidencial, acirrando um possível enfrentamento com o prefeito José Serra, líderes do partido, entretanto, evitam falar em divergências internas. Alckmin segue a mesma cartilha:

- Nós não estamos causando nenhuma divisão. O PSDB tem uma tradição de busca de unidade partidária - disse Alckmin.

Um dia depois de o governador anunciar sua disposição de se desincompatibilizar do cargo antes mesmo da data-limite, 31 de março, líderes tucanos acreditam que há uma série de situações que o favorecem, como a aprovação de seu governo e a ascendência nas pesquisas de opinião pública sobre a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador repetiu nesta segunda-feira que vai deixar o cargo e que realmente não tem interesse em disputar o Senado.- O governador está agindo dentro de um timing correto - avalia o deputado estadual Edson Aparecido.

O vereador paulistano José Aníbal, ex-presidente nacional do PSDB, concorda com Aparecido. E acrescenta:

Alckmin está percorrendo um caminho natural. As pesquisas mostram que ele vem crescendo, com chances de derrotar o Lula. Além disso, está no fim de seu mandato.

No domingo, Alckmin desqualificou as pesquisas como instrumento para aferir uma eventual preferência por Serra:

- Essas pesquisas com tanta antecedência, esquece, esquece... Isso aí é tudo fotografia do passado, não tem nada a ver com o futuro.

Assessores de José Serra informaram ontem que o prefeito não daria declarações à imprensa. Ainda no domingo, alguns tucanos interpretaram as declarações de Alckmin também como uma reação à especulação de que serristas o estariam pressionando para se manter no cargo até 31 de dezembro, para evitar que os dois principais cargos do Executivo paulista sejam passados simultaneamente para o PFL.

Com cargo no governo estadual, um tucano que prefere não se identificar, aposta na saída antecipada de Alckmin do governo. A idéia seria fortalecer a agenda de campanha neste início de ano, enquanto os outros partidos não definem nomes.

Para o secretário de governo de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, o governador "tem feito seu papel".

- O governador repete que está disposto a concorrer à Presidência. Está fazendo o seu papel, mas é o partido que vai decidir - diz Aloysio, um dos coordenadores da campanha presidencial de Serra em 2002.

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