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Pouco mais de duas semanas após ser libertado, o empresário Carlinhos Cachoeira voltou a ser preso na tarde desta sexta-feira (7). Sua prisão decorre da sentença do processo criado após as investigações da Operação Monte Carlo, realizada em fevereiro pela Polícia Federal (PF). O empresário foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão por diversos crimes, como corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato. Segundo a acusação, ele controlava um esquema centrado em jogo ilegal, mas que se expandiu para desvio de recursos públicos por meio de corrupção de agentes estatais.

Com Cachoeira como pivô, as apurações da Polícia Federal levaram a uma crise política, com a criação de uma CPI e a cassação do mandato do ex-senador Demóstenes Torres.

A decisão foi do juiz Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal em Goiânia. Segundo informações da 11ª Vara, o contraventor foi levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Goiânia. O pedido de prisão feito por Alderico foi incluído na sentença de quase 500 páginas referente ao processo principal da Monte Carlo, que também saiu nesta sexta-feira. Antes dessa nova prisão, Cachoeira esteve preso 266 dias. No mês passado, havia conseguido um habeas corpus e deixou a prisão no dia 21 de novembro.

Ele foi preso preventivamente no dia 29 de fevereiro com base nas investigações da Operação Monte Carlo, que apurou esquema de corrupção e exploração ilegal de jogos na região Centro-Oeste. Enquanto o processo corria na Justiça Federal, a defesa do empresário apresentou vários recursos na Justiça, em Brasília, a maioria para libertá-lo.

Na mesma vara, o bicheiro responde a outro processo por contrabando e descaminho de peças para máquinas caça-níquel. Na ação, o MPF voltou a pedir a prisão do bicheiro, o que foi decidido por Alderico nos autos principais referentes à Monte Carlo.

Após nove meses preso, Cachoeira havia sido solto dia 20 de novembro em razão de uma decisão da 5º Vara Criminal em Brasília . A juíza Ana Claudia Costa Barreto condenou o bicheiro a cinco anos de prisão em regime semiaberto. Em função disso, na mesma sentença, a juíza havia expedido um alvará de soltura para o bicheiro, que estava preso preventivamente.

Fiança

O juiz Alderico Rocha Santos estipulou a prisão preventiva do empresário Carlos Augusto Cachoeira em dois anos, substituindo-a no final do prazo, pela cautelar de fiança em R$ 10 milhões. "É que o acusado já permaneceu preso por quase nove meses e a prisão por mais dois anos é o suficiente a afastar o sentimento de impunidade, possibilitar a conclusão das investigações sobre os crimes de lavagem de dinheiro, o rastreamento do destino dos valores que transitaram pelas contas das empresas fantasma e a demissão, se o caso, do grupo de policiais e outros servidores públicos que lhe deram suporte na prática dos crimes," afirma a sentença.

Para Alderico Santos, há risco ponderável e concreto de repetição de ação delituosa, caso não seja mantida a prisão cautelar de Cachoeira. "A liberdade do requerido Carlos Augusto expressa em toda a sociedade brasileira o sentimento de impunidade e de que o crime compensa, na medida em que o infrator pratica uma série infindada de crimes e continua em liberdade usufruindo da riqueza que o crime lhe proporcionou, já que, até o momento, não se conseguiu rastrear o destino dos milhões de reais que transitaram pelas empresas fantasmas".

Chantageado por Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, durante as audiências de instrução, Alderico Rocha Santos é o terceiro juiz a atuar na ação penal da Monte Carlo. O juiz Paulo Moreira Lima deixou o processo após ameaças de morte. Leão Aparecido Alves, que assumiu a 11ª Vara Federal, é amigo de um dos réus e foi pressionado a se afastar do caso.

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