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Localizada entre a praia de Guaxuma e quatro motéis, numa rodovia estadual que vai até a divisa com Pernambuco, a casa onde morreram Paulo César Farias e a sua namorada, Suzana Marcolino, em junho de 1996, é hoje ponto de visitação em Maceió.

Quase 17 anos depois, quatro ex-seguranças de PC estão sendo julgados desde segunda-feira sob acusação de terem participação no caso ou, no mínimo, terem se omitido ao não evitá-lo.

A menos de 10 km do fórum da capital alagoana, o local do crime se tornou alvo de turistas e curiosos. "Não tem como estar aqui e não aproveitar para visitar esse lugar", disse a paulista Joana Gomes, 34, que está conhecendo o Nordeste pela primeira vez, com os filhos.

A casa de praia fica no caminho dos passeios para o litoral norte do Estado, onde há cidades como Maragogi, o segundo polo turístico de Alagoas, a 125 km de Maceió. Os ônibus e as vans turísticos reduzem a velocidade, e os guias fazem explanações.

"Pelo fato de ter repercutido nacionalmente, o pessoal comenta, tira foto. Querendo ou não, foi um fato histórico. Então, é um gancho do passeio, e a gente sempre informa para agregar valor à viagem", diz Henrique Dantas, presidente do sindicato dos guias turísticos alagoanos.

Porém, embora vizinhos, taxistas e moradores da cidade falem que o local acabou virando um ponto turístico, governo e empresários do setor tentam desvencilhá-lo do turismo oficial.

"Tenho certeza que isso não existe. O guia fala, por questão de informação, mas não dá nem para ver a casa, porque tem um muro e tal", diz Afonso Dacal, responsável pelo Gral (Grupo de Receptivos de Alagoas).

"Os pontos turísticos aqui são outros: as praias, os prédios públicos. Serve mais como curiosidade", declara. O local era usado principalmente nos finais de semana pelo operador do esquema de corrupção que culminou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. A sua residência ficava na até hoje chamada Mansão Farias, no bairro de Mangabeiras, a 5 km dali.

O lugar foi alugado, há 12 anos, e se tornou uma das casas de festas mais badaladas de Maceió na rua conhecida como "ladeira do PC". Um dos maiores frequentadores era o filho de PC, Paulinho Farias, ainda habitué da noite da cidade.

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