• Carregando...

O primeiro dia de julgamento dos acusados na morte da deputada federal Ceci Cunha reuniu testemunhas com histórias diferentes e divergentes e emoção por parte da família. Além de revelações sobre o submundo da pistolagem.

A primeira a falar foi a irmã de Ceci e única sobrevivente da chacina: Claudinete dos Santos Maranhão. Ela estava no décimo dia de recuperação de uma cesariana. E reconheceu um dos assassinos- Jadielson Barbosa da Silva (assessor do suplente de Ceci Cunha, Talvane Albuquerque) pela cor dos olhos: castanhos. Ele estava com uma espingarda nas mãos. Claudinete estava a três metros do assassino.

Segundo ela, Ceci Cunha chegou à casa dela - Claudinete - por volta das 19 horas do dia 16 de dezembro de 1998. Na entrada dela e a ação de Jadielson transcorreram 10 minutos. Ceci entrou e foi olhar o sobrinho, no berço. Era o primeiro filho de Iran Carlos - com quem Claudinete era casada. O marido de Ceci, Juvenal Cunha, ficou na varanda com Iran e a mãe de Iran, Ítala Maranhão. Ceci foi à varanda.

"Duas pessoas entraram correndo no imóvel e fizeram os disparos. Vi olho no olho o Jadielson e o reconheci em fotos dos jornais", disse Claudinete, que, durante as perguntas elaboradas pela defesa dos acusados, foi às lágrimas por relembrar detalhes da tragédia.

Segundo as investigações, assessores do suplente de Ceci, Talvane Albuquerque, que era filiado ao PFL - Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves e José Alexandre dos Santos - invadiram a casa e dispararam contra todos, sem chance de defesa

Versão confirmada pelo segundo depoimento, o do soldado da reserva da Polícia Militar, José Jorge Farias de Melo. O plano para matar Ceci Cunha envolvia, também, o assassinato do irmão de Paulo César Farias: o então deputado federal Augusto Farias. Ele ou Ceci seriam mortos por assessores de Talvane.

O pistoleiro Maurício Guedes, conhecido como Chapéu de Couro, receberia R$ 200 mil para matar Augusto Farias. Mas ele recusou a oferta. Augusto Farias seria morto pelos assessores de Talvane, mas não apareceu na festa da diplomação, em 16 de dezembro de 1998, no fórum do Barro Duro.

Ceci Cunha estava na festa, recebeu o diploma de deputada federal, foi seguida até a casa da irmã, no bairro da Gruta de Lourdes, na capital, e morta a tiros ao lado do marido, Juvenal Cunha, o cunhado dela, Iran Carlos Maranhão, e a mãe de Iran, Ítala Maranhão. Talvane assumiu o lugar de Ceci, na Câmara Federal, logo após teve o mandato cassado e ficou preso por um ano pelo crime.

Edmilson Gomes de Novaes, testemunha do acusado pelo crime José Alexandre dos Santos, disse ter visto o acusado na praça Gabino Besouro, em Arapiraca, a 200 quilômetros de Maceió, na hora do crime, mas ele entrou em contradição no depoimento quanto ao horário em que Alexandre estaria na praça.

O capitão Aloísio Neves dos Santos e José Roberto Souza Veras, também arroladas pela defesa, disseram ter visto os acusados em Arapiraca.

O julgamento seguiu até à noite desta segunda-feira e é retomado às nove da manhã desta terça, com previsão de durar o dia inteiro. Na quarta-feira, o Conselho de Sentença vai dar o veredito.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]