Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
SENADO

CCJ aprova possibilidades de intervenção em Estados

As hipóteses previstas em projeto se assemelham ao caso ocorrido este ano no Distrito Federal, onde um terço dos deputados distritais e o então governador José Roberto Arruda estavam envolvidos no "Mensalão do DEM"

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje duas novas possibilidades de intervenção federal nos Estados: quando o governador estiver envolvido com práticas ilegais ou quando a maioria dos membros do Legislativo local estiver sujeito à perda de mandato.

As hipóteses previstas no projeto se assemelham ao caso ocorrido este ano no Distrito Federal, onde um terço dos deputados distritais e o então governador José Roberto Arruda (sem partido ex-DEM) estavam envolvidos no "Mensalão do DEM". Arruda acabou cassado pela Justiça Eleitoral por infidelidade partidária. Dois deputados distritais renunciaram, e uma deputada teve o mandato cassado.

A proposta do senador petista Tião Viana (AC)- relatada na CCJ pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO) - prevê que o Senado exercerá as funções do Legislativo onde houver intervenção. "Como admitir que sejam aprovadas leis que geram direitos e obrigações para os cidadãos por representantes, em sua maioria, suspeitos de atentar contra o decoro parlamentar e de conspurcar a honrosa missão de integrar o Poder Legislativo de uma unidade da Federação?", questiona Viana.

Também caberá ao Senado julgar o processo de cassação do governador quando a maioria dos membros do Legislativo local estiver envolvida no mesmo caso. O projeto aprovado hoje pela CCJ é uma emenda à constituição (PEC) e ainda precisa ser aprovada em dois turnos pelo plenário do Senado antes de seguir para análise da Câmara dos Deputados.

Atualmente, a Constituição Federal prevê intervenção federal para manter a integridade nacional; repelir invasão estrangeira; pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; garantir o livre exercício de qualquer dos poderes; e reorganizar as finanças da unidade da Federação. É o presidente da República quem decreta a intervenção e nomeia o interventor.

Em junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que fosse decretada intervenção federal no Executivo e no Legislativo do Distrito Federal. Para o presidente do tribunal, Cezar Peluso, a intervenção deve ser uma medida excepcionalíssima.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.