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“Essa juventude hoje não conhece os anos difíceis que o país passou.” -Fernando Haddad, ministro da Educação | Wilson Dias/ABr
“Essa juventude hoje não conhece os anos difíceis que o país passou.” -Fernando Haddad, ministro da Educação| Foto: Wilson Dias/ABr

SÃO PAULO - Oito mil escolas públicas de ensino médio de todo o país irão receber do governo federal um CD-ROM com a história de 394 mortos e desaparecidos durante a ditadura militar. O trabalho, feito pela Universi­dade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio do Minis­tério da Educação (MEC) e sob a encomenda da Secretaria de Direitos Humanos da Presi­dência da República, foi apresentado na última sexta-feira em Brasília.

O CD-ROM foi elaborado a partir dos arquivos do projeto Direito à Memória e à Verdade da secretaria e outros documentos. Além da biografia dos perseguidos políticos, o CD vai permitir aos professores e estudantes conhecer o contexto histórico e cultural do período com acesso à cerca de 4 mil fotografias e ilustrações, 300 vídeos e mais 300 canções que fizeram parte dos protestos e da resistência à ditadura.

"Essa juventude hoje não conhece os anos difíceis que o país passou", disse o ministro da Educação, Fernando Had­dad, no lançamento. Segundo ele, o CD-ROM "será festejado como um instrumento de transformação". Para Haddad, há um efeito pedagógico e cívico na iniciativa. "Democracia se apropria com a cultura. Não é nata do ser humano", disse ao enfatizar que os valores democráticos precisam ser ensinados.

O ministro Paulo Vannuchi enfatizou que o CD-ROM é uma experiência "absolutamente pioneira" em projetos de memória. "Não lembro de ter ouvido falar em outro país", disse. SDH e MEC também são parceiros na elaboração das diretrizes curriculares nacionais para direitos humanos.

O CD-ROM deverá virar um site a ser desenvolvido pela UFMG. O trabalho foi coordenado pela professora Heloisa Maria Murgel Starling do departamento de história da UFMG e contou com a participação de 15 estudantes de várias áreas, entre elas, história, direito e comunicação.

Para a professora, o projeto é uma "batalha ganha" na recuperação da memória da época da ditadura. "Ao abordar a cultura, o CD-ROM traz uma dimensão de esperança e dimensão lúdica. O conhecimento da história se dá não apenas pela fase dura e dramática, mas também pela enorme criatividade que existia no período."

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