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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Paulo Paim (PT-RS) receberam nesta quarta-feira representantes de todas as centrais sindicais. Os sindicalistas entregaram um abaixo-assinado pedindo apoio irrestrito ao aumento do valor do salário-mínimo para R$ 420 e correção da tabela do Imposto de Renda em 7,7%. Paim, que é relator da Comissão Mista Especial do Salário Mínimo, foi indicado por Renan para ser o interlocutor entre o movimento sindical e o governo.

Milhares de trabalhadores, de sete centrais sindicais, participaram nesta quarta, em Brasília, da 3ª Marcha Nacional pelo salário-mínimo. Os sindicalistas se concentraram no Estádio Mané Garrincha e saíram em caminhada até a Praça dos Três Poderes. Segundo os sindicalistas, 10 mil trabalhadores participaram da manifestação.

Nesta quinta-feira, as centrais sindicais têm audiências marcadas com os ministros do Trabalho, da Fazenda e da Previdência.

As centrais vão manter a proposta de um aumento do mínimo de R$ 350 para R$ 420, apesar da insistência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, por um valor de R$ 367. Para os sindicalistas, mais uma vez será travada uma batalha entre a equipe econômica e ministérios aliados aos movimentos sociais para fixar o valor do mínimo.

- Há uma disputa no interior do governo e nós vamos apostar no setor mais comprometido com mudanças, com a distribuição de renda. Nos ajuda que o governo não seja submisso a um pensamento único, é importante que tenha essa dicotomia interna - disse Quintino Severo, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na terça-feira.

- Este valor de R$ 367 é uma posição só do Mantega. Conversei hoje (terça-feira) com três ministros que não têm esse pensamento - disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.

Entre esses ministros estariam Luiz Marinho (Trabalho), ex-presidente da CUT e crítico da conduta do Banco Central, e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), que tem a função de fazer a ponte entre o governo e os movimentos sociais. Dilma Rousseff (Casa Civil) também estaria neste grupo.

Do lado oposto estaria Paulo Bernardo (Planejamento), identificado pelos movimentos sociais com o pensamento do ex-ministro Antonio Palocci, posição mais radical do que a defendida pelo próprio Mantega, avaliam.

Mantega argumenta que o valor de R$ 367 para o mínimo corresponde aos indicadores de crescimento da economia e elevação da inflação, que ficaram abaixo do previsto para este ano.

A CUT argumenta ainda que vai apresentar ao governo a fatura da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de outubro, e terá o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que vem intensificando a mobilização após a eleição. Convidado, o MST participará da marcha pelo salário mínimo.

- Vamos levar a expectativa da população, dos movimentos sociais em especial, em relação à disputa dos dois projetos para o país realizada do segundo turno. A expectativa agora é de aprofundar as mudanças - disse Severo.

Tanto a CUT quanto a Força defendem que o reajuste em 16,5 % do salário-mínimo, para R$ 420, é um instrumento de distribuição de renda.

- O discurso das contas públicas é compensado pelo dinamismo que a economia adquire - argumentou Severo.

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