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As centrais sindicais vão pressionar o Senado para derrubar a decisão da Câmara dos Deputados que transforma em opcional o desconto em folha de pagamento da contribuição sindical.

"Se ficar optativo os sindicatos acabam", disse à Reuters Wagner Gomes, que deve presidir a partir de dezembro a Nova Central Sindical, cisão da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Está marcada para sexta-feira uma reunião de representantes das centrais, na sede da Força Sindical em São Paulo, para acertar as formas de ação. Se o Senado mantiver a mudança, ainda restará aos sindicalistas apelar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que precisa sancionar o projeto.

As empresas descontam, no mês de março, um dia de trabalho de seus empregados e repassam os valores para sindicatos, federações e confederações. Com a decisão dos deputados, tomada na quarta-feira, o trabalhador precisa autorizar o desconto, o que praticamente inviabiliza o pagamento. Toda a cadeia sindical vive financeiramente desta contribuição.

A emenda, de autoria do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), foi incluída na medida provisória do governo Lula que reconheceu as centrais sindicais, uma luta de décadas dos sindicalistas -mas o que seria comemoração virou tormento.

Sindicalistas, que criticam a manutenção do imposto para os sindicatos patronais, dizem que já têm um modelo para alterar a contribuição, que foi acertado há tempos junto ao governo, mas nunca implementado.

"Quando fizemos o acordo para o reconhecimento das centrais, assumimos o compromisso de remodelar o financiamento dos sindicatos. A idéia é levar a proposta ao Senado", disse Artur Henrique da Silva Santos, presidente da CUT.

Pela proposta, a nova contribuição, chamada de "negocial", teria percentual decidido em assembléia das categorias de trabalhadores e seria paga na época do acordo coletivo. Em princípio, premiaria o sindicato que fizesse o melhor acordo para o reajuste salarial anual e eliminaria aqueles que pouco atuam mas recebem os recursos da contribuição atual.

João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, foi franco: "Queremos algo em troca, e não acabar por canetada."

Atualmente, a contribuição sindical significa 1 bilhão de reais por ano. Deste total, 60 por cento vão para os sindicatos, 15 por cento para as federações e 5 por cento para as confederações. O governo fica com 20 por cento, que repassa para benefícios. Com a regulamentação das centrais, a parcela do governo cairá para 10 por cento e as centrais receberão os outros 10 por cento.

Além da CUT, Força Sindical e Nova Central, atuam ainda a União Geral dos Trabalhadores e a Central Geral dos Trabalhadores (CGTB).

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