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Onde será proibido

Projeto do governo do Paraná veta o consumo de cigarros e qualquer outro produto fumígeno nos seguintes locais:

– Bares, restaurantes, casas noturnas, boates, casas de espetáculos, teatros, cinemas, pousadas, centros comerciais, bancos, supermercados, açougues, padarias, farmácias, drogarias, repartições públicas, instituições de saúde, escolas, museus, bibliotecas, espaços de exposições, veículos de transporte coletivo, viaturas oficiais, táxis, ambientes de trabalho, de estudo, de lazer, de esporte e entretenimento, hall de entrada de hotéis, presídios e praças de alimentação.

Empresários pedem fumódromos

A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) elaborou um documento que vai ser entregue amanhã aos 54 deputados estaduais pedindo a liberação de espaços próprios para fumantes no projeto antifumo que será votado pela Assembleia Le­­gis­­lativa. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) também defende a abertura dos fumódromos para não discriminar os fumantes e evitar a queda de faturamento do setor.

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Médicos são contra área para fumantes

Instituições do setor da saúde são contra a criação de áreas próprias para fumantes em ambientes fechados porque avaliam que não resolveria o problema da poluição provocada pelo tabagismo. A Associação Médica do Paraná (AMP) está trabalhando pela aprovação do texto original do projeto antifumo e a entrada em vigor da lei o mais rápido possível para proteger a saúde dos não fumantes.

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  • Veja o posicionamento de quem é contra e a favor da criação de fumódromos

A Assembleia Legislativa retoma amanhã os trabalhos com a tarefa de decidir se aprova ou não uma lei que proíbe o fumo em qualquer ambiente fechado – público e privado – do Paraná. O projeto do governador Roberto Requião (PMDB) será o mais importante do segundo semestre e deve ser votado até o fim deste mês.

O setor empresarial se mobiliza para impedir a aprovação da lei com medo de perder clientes. Já a classe médica defende a proibição do fumo para prevenir doenças. Os deputados estão divididos. Existem também dúvidas sobre a legalidade da proposta.

Em São Paulo, a lei antifumo nem entrou em vigor – passa a valer dia 7 de agosto – e já é alvo de uma guerra de liminares contrárias na Justiça. O projeto de Requião é uma cópia da lei paulista.

Quem se recusar a apagar o cigarro em locais como bares, restaurantes, casas noturnas e praças de alimentação, poderá ser retirado do ambiente pela polícia.

O projeto estabelece multa para o fumante e para o dono do estabelecimento de R$ 5,8 mil, o equivalente a 100 Unidades Padrão Fiscal do Estado do Paraná (UPR/PR). A penalidade será aplicada em dobro em caso de reincidência.

Pelo projeto, só será permitido fumar em casa, em tabacarias e em cultos religiosos nos quais o tabaco faça parte do ritual. Em todos os locais fechados o fumo será vedado. Por fechado, a legislação entende o espaço que tem proteção de muro ou teto, marquises ou qualquer tipo de cobertura.

O projeto enviado pelo governador à Assembleia Legislativa em abril foi juntado a outros três semelhantes que já estavam tramitando na Casa e foi transformado num substitutivo-geral englobando as propostas dos deputados Antonio Belinati (PP), Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) e Reinhold Stephanes Júnior (PMDB).

O projeto original de Requião liberava o cigarro em boates e casas de espetáculos, mas o substitutivo-geral, elaborado pelo deputado estadual Reni Pereira (PSB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), restringiu o fumo também nesses locais.

A proibição dos chamados fumódromos – espaços reservados exclusivamente para fumantes – é um dos pontos que causa maior controvérsia.

O projeto de Stephanes Junior era mais flexível e permitia a criação de áreas próprias para fumantes, desde que fossem separadas do restante dos am­­bientes com paredes e divisórias, mas o artigo não foi acatado no substitutivo geral. "Se a As­­sembleia não tiver o cuidado de abrir espaços próprios para fumantes, muitos bares vão pedir alvará de funcionamento como tabacaria e as pessoas poderão fumar em todo o ambiente. A lei não vai funcionar", prevê Ste­­phanes.

A explicação do relator Reni Pereira (PSB), que reuniu os quatro projetos e selecionou o que deveria entrar no substitutivo-geral, é que os fumódromos só poderiam funcionar se houvesse comprovação técnica de que a saúde do fumante não seria afetada nesses espaços. "Se a finalidade do projeto é preservar a saúde não se pode legislar para proteger só o não fumante. É preciso ter sensatez e coerência", disse.

Tramitação

Para ser votado no plenário, o projeto precisa do parecer da comissão de saúde. O relator do projeto na comissão, Tadeu Veneri (PT), disse que não vai emitir parecer antes de realizar uma audiência pública para ouvir todos os setores envolvidos com a futura lei.

Uma discussão pública sobre o tema já foi realizada na Assembleia Legislativa, mas ainda falta debate, na opinião de Veneri. "É uma lei que mexe muito com segmentos importantes, como comerciantes e plantadores de fumo. Não podemos deixar de ouvir esses setores só para proteger as pessoas da fumaça", disse.

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Interatividade

O governo pode legislar contra o fumo em nome da saúde pública?

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