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Nestor Cerveró, preso na carceragem da PF em Curitiba. |
Nestor Cerveró, preso na carceragem da PF em Curitiba.| Foto:

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró depôs durante mais de três horas na manhã e início da tarde desta quinta-feira na sede da Polícia Federal em Curitiba. Preso na madrugada de quarta-feira, ao voltar de uma viagem a Londres, Cerveró respondeu a todas as perguntas dos investigadores, de acordo com o advogado de defesa Beno Brandão.

De início, a defesa de Cerveró afirmou que ele não deporia formalmente enquanto estivesse preso. O advogado Edson Ribeiro considerou a prisão ilegal e afirmou que seu cliente só falaria depois de libertado. Nesta quinta, outro advogado, Beno Brandão, afirmou que Cerveró falaria somente sobre três assuntos: suas movimentações financeiras recentes, a compra da usina de Pasadena e os navios-sonda da Petrobras. No entanto, as perguntas sobre Pasadena ficaram para um novo depoimento, a ser marcado nos próximos dias.

"Não foi perguntado nada sobre Pasadena. Haverá outra audiência só para isso", disse Brandão ao deixar a sede da PF.

As movimentações financeiras foram o motivo da prisão preventiva de Cerveró. A Justiça considerou que, além do risco de fuga, aumentado pelo fato de ele ter cidadania espanhola, Cerveró estava repassando bens para terceiros, o que dificultaria o ressarcimento ao Estado caso ele seja considerado culpado.

De acordo com a defesa, a tentativa de resgatar o dinheiro aplicado em um plano de previdência ocorreu por dificuldades financeiras de Cerveró. "Ele era um diretor da Petrobras que recebia R$ 100 mil por mês e desde março do ano passado não recebe mais esse dinheiro", afirmou o advogado. Além disso, de acordo com Brandão, o dinheiro seria usado para tratamento de saúde da filha Raquel Cerveró.

Já a compra da usina de Pasadena, nos EUA, e os navios-sonda são a causa da ação penal a que o ex-diretor responde. Ele é acusado de fazer um relatório parcial e com omissões relativo à compra da usina, que acabou causando prejuízo milionário para a estatal brasileira. No caso dos navios-sonda, Cerveró é acusado de receber R$ 40 milhões em propinas para direcionar a compra.

"Ele nega veementemente esse fato", disse Brandão depois do depoimento. Segundo o advogado, o ex-diretor da Petrobras não tem nenhuma conta no exterior e a defesa cogita pedir a quebra de sigilo fiscal de Cerveró. "Eu tenho certeza que o senhor Cerveró abre mão de qualquer sigilo", disse Brandão.

Liberdade

A defesa de Nestor Cerveró entrou nesta quinta-feira com um habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4). "Os motivos que levaram a prisão de Nestor Cerveró são bem diferentes do motivo que levou a prisão dos demais réus", disse Brandão.

A decisão do TRF4 deve sair ainda hoje. Até agora, o tribunal negou todos os pedido de habeas corpus dos investigados na Operação Lava Jato.

A defesa do executivo da Camargo Correa Eduardo Hermelino Leite também entrou com um pedido de habeas corpus nesta quinta-feira junto ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Entre os motivos, os advogados alegam que o estado de saúde de Leite é preocupante. Ele já foi internado às pressas no ano passado depois de passar mal na carceragem da PF.

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