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Logo depois de ver seu desafeto Eduardo Paes (PMDB) vencer a eleição no Rio, o prefeito Cesar Maia (DEM) resolveu trocar alguns de seus principais auxiliares. Apesar de alegar se tratar de uma coincidência e negar retaliações, Maia decidiu afastar de seu governo correligionários que não o acompanharam no apoio a Fernando Gabeira (PV) e aderiram ao peemedebista.

Deixam o governo de Maia dois nomes conhecidos do DEM fluminense: a ex-deputada Laura Carneiro, que era assessora especial do gabinete do prefeito há cerca de dois anos, e o secretário municipal de Transportes, Arolde de Oliveira. Laura fez campanha para Solange Amaral (DEM) no primeiro turno, mas recusou-se a apoiar Gabeira e atuou em favor de Paes no segundo. Já Oliveira foi mais discreto na adesão a Paes na segunda etapa, mas sua mulher, Yvelise de Oliveira, apoiou o peemedebista desde o primeiro. O casal é evangélico e Yvelise lidera empresas de comunicação e música gospel.

As exonerações se somaram às queixas de militantes ligados aos vereadores Sílvia Pontes (DEM) e Wanderley Mariz (DEM), que também aderiram a Paes. A vereadora reclama do fim de projetos esportivos em vários bairros que teriam sido criados pela prefeitura por iniciativa dela. Segundo ela, os treinadores receberam aviso prévio logo após a vereadora mergulhar na campanha de Paes. Mariz também teria visto indicados seus serem afastados da área de trabalho e emprego da prefeitura, onde atuou como secretário.

O prefeito alega que os contratos dos projetos esportivos ligados à vereadora se encerraram coincidentemente no período eleitoral. Segundo ele, a ex-deputada Laura Carneiro deixou o cargo a pedido, porque gostaria de voltar a Brasília, onde tem matrícula como funcionária pública. "Ela havia pedido para sair e eu fui incapaz de afastá-la antes das eleições. É exatamente o contrário", argumentou o prefeito.

Laura não foi encontrada pela "Agência Estado", mas pessoas próximas disseram que ela ficou surpresa com a exoneração antes de dezembro, mas não se queixou do prefeito. Encarou como uma decisão natural em fim de mandato. Oliveira não quis atender o Estado, alegando estar em reuniões, mas Maia confirmou a sua demissão dizendo que foi a pedido do próprio secretário. Segundo o prefeito, Oliveira o avisou em junho da posição da mulher e agora pediu para reassumir o mandato de deputado federal para defender projetos em tramitação na Câmara e propor emendas ao orçamento.

"Sempre que os atos coincidem com datas se especula a respeito", disse o prefeito, negando perseguição aos que aderiram a Paes. No entanto, o prefeito aproveitará as mudanças para premiar pelo menos dois candidatos a vereador do DEM derrotados nas urnas que arregaçaram as mangas por Gabeira atendendo ao seu chamado. Embora Maia não confirme, correligionários dão como certa a indicação do ex-vereador Romualdo Boaventura para o lugar de Oliveira.

O prefeito também deu posse a um novo secretário de Meio Ambiente. Assumiu o professor Célio Luparelli, que tentou sem sucesso uma vaga na Câmara pelo DEM e fez até correntes na internet em favor de Gabeira. A pasta foi ocupada antes da eleição pela vereadora Rosa Fernandes e pelo filho dela, Pedro Fernandes, que foi o vice na chapa de Solange no primeiro turno. Apesar da ligação com o prefeito, eles não fizeram campanha por Gabeira e tendem a apoiar Paes na prefeitura.

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