O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, autorizou que a Controladoria-Geral da União (CGU) ouça os depoimentos de quatro delatores da Operação Lava Jato para orientar os 29 Processos Administrativos de Responsabilização (PAR) contra as empreiteiras investigadas por formação de cartel, superfaturamento de preços e desvios bilionários na Petrobras. Caso as empreiteiras sejam responsabilizadas pelas irregularidades investigadas pela Lava Jato, elas poderão ser punidas com multas ou até serem proibidas de celebrar novos contratos com a União. Entre as empreiteiras investigadas estão a Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão e UTC, entre outras.
Na última quarta-feira, Moro definiu que o primeiro a ser ouvido será o doleiro Alberto Youssef, que prestará depoimentos aos técnicos da CGU em oito dias de julho na sede da Polícia Federal de Curitiba, onde está preso. Os depoimentos de Youssef acontecerão nos dias 15, 17, 21, 22, 23, 28, 30 e 31 de julho. Depois, será ouvido o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que falará à CGU por oito dias em agosto na sede da Polícia Federal do Rio [ele está em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica no Rio]. Ele falará nos dias 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13 e 14 de agosto.
Serão ouvidos ainda o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, e o empresário Julio Camargo, consultor de empreiteiras em obras da Petrobras. As datas dos depoimentos dos dois, no entanto, ainda não foram marcadas.
É a primeira vez que a CGU, responsável por combater a corrupção no âmbito administrativo, ouve os quatro principais delatores da Lava Jato. Todos os documentos obtidos pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça do Paraná, envolvidos na investigação da Lava Jato, são compartilhados com a CGU, que está formalizando os processos administrativos contra as empreiteiras acusadas de fraudes em obras na estatal brasileira de petróleo
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