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Quatro pessoas morreram na quarta chacina do ano registrada na capital paulista. Nesta madrugada, homens dentro de um carro passaram atirando contra dois casais que estavam em uma praça na Vila Alabama, na zona leste da capital.

Um rapaz e duas moças morreram na hora. O outro rapaz, de 18 anos, foi socorrido ao Hospital Santa Marcelina, mas também não resistiu aos ferimentos.

De acordo com a polícia, uma das vítimas se chamava Aline, tinha 15 anos e estava grávida. O crime será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Esta é a quarta chacina do ano na capital paulista. No último dia 2, seis jovens com idades entre 15 e 27 anos morreram na zona norte da capital.

Segundo testemunhas, quatro homens saíram de dois veículos e atiraram contra os sete jovens, que estavam em uma escadaria no Parque Tietê, na área da Brasilândia. Um dia antes havia ocorrido uma chacina no bairro do Limão, também na zona norte, com a morte de três adolescentes. Segundo a polícia, um terceiro crime com três vítimas fatais também foi registrado na zona norte este ano.

A polícia investiga a relação entre as chacinas da zona norte. Nenhuma das vítimas tinha passagem pela polícia. Por isso, a polícia trabalha com a possibilidade da ação de um grupo de extermínio na região.

Nesta sexta-feira, três jovens foram baleados e dois deles morreram em Guarulhos, na Grande São Paulo. No fim do ano passado, dois acusados de participar de um grupo de extermínio em Guarulhos foram absolvidos pela Justiça, por cinco votos a dois. O ex-policial Cláudio Honório de Morais e o segurança Cláudio Rodrigues dos Santos foram considerados inocentes pelos assassinatos dos jovens Paulo Sérgio de Souza Bernardes, Daniel Genílhia dos Santos e Rodrigo Franco dos Santos. Um terceiro acusado de participar da chacina, Sérgio da Silva, está foragido.

O crime aconteceu em abril de 2003. Mesmo sendo inocentados, os réus vão continuar presos porque o grupo de extermínio do qual eles faziam parte é acusado de outros 52 assassinatos entre 2002 e 2003.

O coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, divulgou nota lamentando a absolvição dos acusados. Para ele, "a decisão do Tribunal do Júri reforça a atuação dos grupos de extermínio e mais uma vez mostra que Brasil é o país da impunidade". O movimento espera que a decisão seja revista pelo Tribunal de Justiça. De acordo com Alves, os jurados podem ter sido "movidos pelo medo de condenar ex-policiais ou pela idéia deturpada de que suspeitos da prática de crimes podem ser executados sumariamente".

Em 2004, Guarulhos ficou marcada por denúncias e prisões de policiais militares acusados de integrar um grupo de extermínio. Em 2003, oito policiais foram presos preventivamente no presídio militar Romão Gomes. Outros 42 foram afastados das ruas por precaução. As principais vítimas do grupo eram jovens, entre 15 e 24 anos, de baixa renda e moradores de periferia.

No ano passado, novas denúncias de execuções surgiram em Guarulhos, depois da onda de ataques do crime organizado. Das 56 mortes por arma de fogo registradas na cidade, entre os dias 12 e 19 de maio, nos primeiros atentados, 37 apresentavam indícios de execução.

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