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Episódio ocorreu minutos depois de Marco Feliciano abrir os trabalhos da comissão | Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
Episódio ocorreu minutos depois de Marco Feliciano abrir os trabalhos da comissão| Foto: Alexandra Martins / Câmara dos Deputados

Polícia da Câmara imobilizou manifestantes com gravata

A polícia da Câmara reagiu com força e detenção à manifestação contra a permanência do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, Pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), no corredor de acesso ao gabinete do deputado. Os manifestantes não pararam na barreira formada pelos seguranças próxima ao gabinete e houve tumulto. Os policiais imobilizaram manifestantes passando o braço em torno do pescoço, a chamada "gravata".

Allyson Rodrigues, servidor público, foi detido por policiais da Câmara e presta depoimento neste momento. Vários manifestantes afirmaram que havia um assessor de Feliciano junto com policiais desferindo socos nas pessoas que protestavam contra o deputado.

Após ser chamado de racista, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), determinou nesta quarta-feira (27) a prisão de um dos manifestantes que protestavam contra sua permanência no cargo.

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O episódio ocorreu minutos depois de ele abrir os trabalhos da comissão. O rapaz foi retirado do colegiado pela Polícia Legislativa da Câmara.

"Aquele senhor de barba, chama a segurança, me chamou de racista. Racismo é crime. Eu quero que ele saia preso daqui", disse.

Os manifestantes contra Feliciano tentaram impedir a saída do colega e o abraçaram, mas ele foi levado por vários policiais para o departamento de Polícia da Câmara. O rapaz foi identificado como Marcelo Pereira por outros colegas.

Feliciano reiterou que não vai sair do cargo. "Vou pedir para os manifestantes que mantenham a calma. Não vou ceder a pressão. Pode gritar, pode espernear ".

O deputado ainda decidiu trocar de plenário para impedir a presença de manifestantes.

Imprensa

Reafirmando que não pretende deixar o posto, Feliciano chamou de "estúpida" a pergunta de um jornalista sobre se o momento era adequado para manter a agenda da comissão.

"Essa é uma pergunta estúpida. E lá existe tempo para fazer pedido de clemência?", questionou. Ele ficou irritado e acusou a imprensa de "ultrapassar seu limite". "Estou aqui por um assunto sério e vocês estão de brincadeira", completou.

Eleito neste mês para o comando da comissão, ele tem sido criticado por opiniões consideradas homofóbicas e racistas. O deputado nega e diz que defende posições comuns a evangélicos, como ser contra a união homossexual.

Segundo o deputado, a imprensa é quem cria a sensação de crise. "O que está em crise são vocês, falando besteiras e coisas que não existem".

"Não saio"

Um dia depois de ser bancado no cargo por seu partido, ele disse que não vai deixar a comissão nem diante de um apelo dos líderes da Casa. Ontem, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convocou Feliciano para uma reunião com os demais líderes para encontrar uma solução.

"Não renuncio de jeito nenhum. O que os líderes podem fazer com a minha vida? Eu fui eleito pelo voto popular e pelo voto do colegiado", disse.

O discurso foi reforçado pelo líder do PSC, André Moura (SE). "Gostaria que os líderes respeitassem a vontade da minha bancada".

Feliciano, que na tarde de hoje vai presidir pela terceira vez uma reunião da Comissão de Direitos Humanos, disse que está pronto para enfrentar novos protestos. "Estou preparado para tudo. Nasci preparado", disse. O deputado, no entanto, afirmou esperar que "dê tudo certo". Nas duas primeiras vezes, as sessões foram marcadas por bate-bocas e uma delas foi suspensa logo após o início.

Sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara

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