O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta sexta-feira não acreditar que a oposição vá criar dificuldades nas votações do plenário. Alguns líderes oposicionistas não concordaram com a interpretação de Chinaglia sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) , Celso de Mello, sobre a CPI do Apagão Aéreo. Nesta sexta-feira, os transtornos voltaram aos aeroportos , com uma operação-padrão dos controladores de vôo.
Apesar de a liminar suspender a votação que derrubou a CPI, o petista afirmou entender que resta à Câmara esperar a decisão final do plenário do Supremo, prevista para o início de maio.
- O próprio Celso de Mello, ao determinar o desarquivamento, disse que é preciso aguardar o Supremo. Já falei com o líder da minoria (o tucano Júlio Redecker). Não quero convencer ninguém, apenas mostrei o texto para ele. Não vejo motivos para obstruir - disse o presidente da Câmara.
O presidente da Câmara elogiou também a decisão de Celso de Mello de enviar o caso ao plenário do tribunal:
- Eu acho que ele tem razão, dada a complexidade da matéria.
Chinaglia disse que a estratégia de obstrução só teria sentido se fosse para forçar uma decisão do STF.
- Creio que isso não vai ocorrer. O país espera nosso trabalho.
Também nesta sexta, o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), disse que a decisão de Celso de Mello, foi "centrada na emoção" e que "cabeça de juiz é cabeça de juiz". Castro admitiu que Celso terá grande poder de influência na sessão plenário do Supremo que decidirá finalmente pela instalação ou não da CPI do Apagão Aéreo.
- O ministro Celso de Mello é muito respeitado e seu voto tem peso. Ele é a favor da CPI e vai tentar convencer seus pares - disse o líder do PR, que completou:
- Cabeça de juiz é cabeça de juiz. O voto do ministro foi centrado na emoção e numa crise que não cessa. Eu reconheço que há uma emoção nacional sobre a crise aérea.



