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São Paulo (AE) – A cientista política Maria Celina d’Araújo, da Fundação Getúlio Vargas, explica que as referências a inimigos indefinidos e abstratos, como as do presidente Lula, são comuns na prática política, "mas não com esse primarismo". Segundo ela, ao apontar inimigos, próximos ou distantes, o político busca fixar uma imagem e ocupar um lugar definido no espectro político-ideológico, isolando-se dos concorrentes e dando direção às críticas.

A artimanha de apontar adversários-inimigos abstratos, diz ela, equivale a estabelecer lados – o lado governo e o "lado de lá", que passa a ser visto pela sociedade como uma entidade obscura. "Mas é claro que não existe nada neste momento, não há nenhuma conspiração contra Lula, a não ser a obrigação de apurar os atos de corrupção", diz.

A cientista política observa que Lula se equivoca historicamente quando relembra o ex-presidente Jânio Quadros e sua famosa referência. "Ele fala porque não conhece História do Brasil. Qualquer pessoa que tenha estudado cinco minutos de História sabe que as ‘forças terríveis’ que Jânio acusou eram ele mesmo", acentua. "Ele é que conspirava contra o Congresso, para governar sem negociar com os partidos e bancadas."

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