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Edison Lobão (PMDB-MA) é um dos cotados para a presidência do Senado | Renato Araújo/ABr
Edison Lobão (PMDB-MA) é um dos cotados para a presidência do Senado| Foto: Renato Araújo/ABr

O adiamento da definição presidencial manteve no bastidor político a disputa pelo comando do Congresso, mas as negociações estão intensas, já que há pelo menos cinco parlamentares dispostos a se candidatar à presidência do Senado e da Câmara.

O último movimento relevante mostra que o senador José Sarney (PMDB-AP) deve renunciar à disputa pela reeleição, fortalecendo o desejo de Edison Lobão (PMDB-MA) de brigar pela presidência do Senado.

A outra articulação em curso expõe o tamanho da disputa pela presidência da Câmara, que está transformando o PT e PMDB – aliados no apoio ao Palácio do Planalto de Dilma Rousseff – em adversários que arregimentam apoios como se fossem inimigos. Petistas e peemedebistas formaram dois blocos, com o PRB e PSC, respectivamente, para fabricar a maior "bancada" da Câmara.

Peça fundamental no xadrez ministerial do futuro presidente da República, os dois cargos de comando no Legislativo são cobiçados abertamente pelo PMDB – o PT, igualmente de maneira aberta, reivindica dirigir a Câmara dos Deputados.

De olho no cargo, os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Cândido Vaccarezza (PT-SP) deram a largada nas negociações, mas dizem, para consumo externo, que no momento estão mais preocupados e empenhados na eleição da petista Dilma Rousseff. "O único candidato que está em campanha é o Henrique Eduardo Alves. Eu, por enquanto, estou na campanha da Dilma", alfineta Vaccarezza.

Ao contrário de Henrique, cujo nome para presidir a Câmara é consenso no PMDB, Vaccarezza enfrenta concorrência dentro do próprio PT. Os ex-presidentes Arlindo Chinaglia (SP) e João Paulo Cunha (SP) gostariam de voltar a ocupar o cargo e, nos bastidores, fazem um misto de campanha e sondagem junto a seus colegas.

As articulações para a sucessão na Câmara estão sendo feitas pelo atual presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP). Candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, o peemedebista já avisou que o partido não está disposto a abrir mão do cargo em favor do PT. A correligionários, ele lembra que, em fevereiro de 2006, o PMDB tinha a maior bancada da Câmara, mas cedeu a vaga para o petista Chinaglia.

Agora é a vez de o PT fazer o mesmo, argumentam os peemedebistas. No dia 3 de outubro, o PT saiu das urnas com a maior bancada da Câmara, com a eleição de 88 deputados. O PMDB ficou com a segunda posição, conquistando 79 cadeiras. Ambas as legendas negociam, no entanto, a formação de blocos parlamentares para se cacifarem como os maiores partidos da Casa.

O PT pretende unir-se ao PRB, que elegeu oito deputados. Esse bloco ficará com 96 deputados. Já os peemedebistas negociam se juntar ao PSC, que a partir do dia 1.º de fevereiro contará com uma bancada formada por 17 deputados. Juntos, PMDB e PSC também ficarão com os mesmos 96 deputados.

Mas, na disputa pela maior bancada, o PMDB poderá levar vantagem. O motivo é que o deputado Cleber Verde, do PRB do Maranhão, corre o risco de ter sua eleição impugnada. Com isso, o bloco formado pelo PMDB ficaria com um deputado a mais.

"Há uma compreensão que o presidente da Câmara vai ser do PT ou do PMDB. O PT e o PMDB vão ter de sentar e conversar", resume André Vargas (PR), secretário de comunicação do PT.

"O PMDB espera ter a presidência da Câmara", acredita o deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN. A expectativa é que, em um eventual governo de Dilma Rousseff, o candidato à presidência da Câmara que for aliado acabe ocupando um ministério.

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