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Reiterando sua intenção para disputar a Presidência da República nas eleições de 2010, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) transferiu nesta sexta-feira (2) seu domicílio eleitoral para São Paulo. O deputado informou que a decisão atende a um apelo de líderes do PSB. "Reafirmo minha disposição em apresentar minha pré-candidatura à Presidência da República", disse. Ele defendeu a candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, para governador de São Paulo e disse que o empresário foi a primeiro a ser informado sobre sua decisão.

Embora já tenha disputado o cargo por duas vezes, em 1998 e 2002 ele declarou que era preciso ter intimidade com São Paulo para ser candidato. "São Paulo é o maior Estado brasileiro. Para ser candidato a presidente é preciso ter intimidade com a expressão que São Paulo tem na economia, cultura, movimento acadêmico, movimento dos trabalhadores, de maneira que o partido achou que era conveniente. Nem foi minha vontade, como sempre falei", afirmou. Questionado sobre se haveria tempo hábil para se tornar íntimo do eleitorado de São Paulo a um ano das eleições, respondeu: "Eu consigo isso em três meses.

Vindo de Fortaleza (CE) especialmente para o ato, ele compareceu no início da tarde no cartório da 2ª Zona Eleitoral de Perdizes, na zona oeste da capital paulista. Ciro ficou menos de uma hora no local. Ele pegou uma senha para ser atendido, de número 929, mas sua ficha já estava previamente preenchida. Bastou assinar o documento para receber o novo título de eleitor. Ele voltou para a capital cearense no mesmo dia.

Ciro se esforçou para mostrar proximidade com São Paulo. Disse que a primeira vez que viu o mar foi em Ubatuba, praia do litoral norte do Estado, e que adorava a região de Mauá e Maromba, próxima aos limites com Minas e Rio, além de Campos do Jordão e Pindamonhangaba, onde nasceu e tem parentes até hoje. "Já moro aqui há muitos anos", disse, dando como endereço uma rua dos Jardins, zona oeste da capital. "Moro em Brasília, no Ceará, Rio e aqui. São os quatro lugares em que tenho residência", explicou. O deputado disse que o que mais gostava em São Paulo era "do povo".

Diálogo

Ciro disse ainda ter um diálogo permanente com o PT e recusou a tese segundo a qual sua transferência para São Paulo forçaria o PT a conversar com o PSB antes de decidir sobre a candidatura ao governo de São Paulo. "Ninguém fica paralisado. Eu venho para ajudar. Confesso, com muita transparência, minha disposição para a candidatura à Presidência da República, porém, agora com a legitimidade formal de ajudar a construir também a agenda de São Paulo", explicou

"Minha conversa com PT é permanente. Somos parceiros, falo francamente de suas virtudes, reclamo de seus defeitos e eles reclamam dos meus", afirmou. Questionado sobre quais seriam seus defeitos, na opinião do PT, respondeu: "Eles reclamam que eu tenho voto demais e acham que esse negócio de ficar sendo candidato a presidente sem ser sob a legenda deles é uma coisa errada. Eu digo, calma aí companheiros.

Desafeto

Ciro voltou a criticar o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), provável candidato do PSDB à Presidência da República. "Não estou batendo em ninguém. Nunca fiz política por ódio. Faço política por paixão, amor... Na minha opinião, a candidatura de Serra representa um retrocesso grave, (uma volta) para o modo de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso consertar o País", afirmou.

Segundo o deputado, sua candidatura não tira votos da virtual candidata do PT à Presidência da República, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Não tiro votos de Dilma, nas pesquisas isso é um fato. Quando eu saio da lista, quem ganha no primeiro turno é o Serra. Então, de quem que eu tiro votos?", comparou.

Filme

O deputado disse que assistiu e gostou muito do filme "Salve Geral", que retrata os atentados da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo em maio de 2006. "Vale a pena ver, fiquei impressionado. É uma obra-prima. Sérgio Rezende é um grande cineasta, não faz juízos moralistas nem toma partido. É um retrato contundente para o Brasil inteiro ver, não só em São Paulo, como tem sido inconsequente a ação pública naquilo que é grave para a vida do povo", afirmou

A onda de atentados começou no Dia das Mães de 2006 e atingiu delegacias de polícia, corpo de bombeiros e agências bancárias. No fim da série de confrontos entre policiais e suspeitos, o total de mortos passou de 100. Ciro disse que seus filhos já moravam em São Paulo na época, mas que ele não estava na cidade naqueles dias. "Liguei para eles e disse para ficarem em casa para ninguém se arriscar. Adorei quando minha filha disse que não iria ficar em casa, que iria trabalhar. Eu percebi que ela estava certa. Disse para ela ir trabalhar e que Deus a protegesse. Acho que o cidadão tem de confrontar isso mesmo.

Venezuela

O deputado criticou também o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que encaminhou nesta semana parecer contrário à entrada da Venezuela no Mercosul Comissão de Relações Exteriores do Senado. "Tasso Jereissati, meu amigo e irmão, acabou de cometer um grosseiro equívoco, opinando contra a entrada da Venezuela no Mercosul, quando o Brasil tem vantagens estratégicas com a Venezuela que dão hoje US$ 5 bilhões de superávit comercial em favor do Brasil", afirmou

O argumento de Tasso para o veto foi o desrespeito da Venezuela à Cláusula Democrática, que obriga os integrantes do grupo a observarem preceitos básicos da democracia e a condenar os procedimentos de deterioração de regimes políticos em favor de governos ditatoriais. "Se a Venezuela entrar no regime de preferência, ela entra também na cláusula democrática, dando força ao Brasil para moderar os exageros e esquisitices do presidente Hugo Chávez, que eu também acho muito esquisito.

Olimpíadas

O deputado comemorou a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016. "Amei. Estava chegando e vi a declaração de Lula e a festa brasileira. Achei extraordinária. Nós somos, cada dia que passa, um País para o mundo respeitar e admirar", afirmou.

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