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Clayton Camargo (no centro) retomou o cargo de presidente do TJ-PR nesta sexta-feira (20), antes de terminar o período divulgado de férias e licença médica. Na foto, ele aparece com o grupo de desembargadores | Tribunal de Justiça do Paraná / Divulgação
Clayton Camargo (no centro) retomou o cargo de presidente do TJ-PR nesta sexta-feira (20), antes de terminar o período divulgado de férias e licença médica. Na foto, ele aparece com o grupo de desembargadores| Foto: Tribunal de Justiça do Paraná / Divulgação
  • Clayton Camargo retomou o cargo de presidente do TJ-PR na sexta-feira (20), antes de terminar o período divulgado de férias e licença médica. Ele pediu aposentadoria do cargo, mas o CNJ cancelou o procedimento nesta segunda (23)

O desembargador Clayton Camargo reassume a presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) na tarde desta sexta-feira (20). Ele retorna um dia depois da revogação de edital de licitação de R$ 80 milhões para reforma do prédio do Tribunal de Justiça, que foi decidida pelo presidente interino Paulo Vasconcelos.

Segundo informações da assessoria do TJ, Camargo retomou as suas atividades às 14h50 desta sexta depois de receber autorização do médico cardiologista Alexandre Alessi, do Hospital Nossa Senhora das Graças. O desembargador havia sido afastado por problemas cardíacos na semana passada e teve que ser submetido a uma angioplastia, de acordo com o TJ. Ele estaria afastado por 12 dias por licença médica e outros 26 por férias. Se os prazos fossem cumpridos, Camargo só retornaria ao trabalho no fim de outubro.

Logo que retomou o posto, Camargo se reuniu com a cúpula diretiva do TJ – inclusive com Vasconcelos. Na ocasião, segundo nota divulgada pelo site do órgão, os diretores afirmaram que a decisão de revogar o edital de licitação foi tomada em "comum acordo com o desembargador Clayton Camargo". O cancelamento veio poucos dias antes da abertura dos envelopes com propostas, que estava marcado para segunda (23).

A nota diz, simplesmente, que revogação do edital aconteceu "com o propósito de verificar possíveis falhas no procedimento de concorrência, a pedido de advogado". Quais seriam as possíveis falhas, o conteúdo do pedido e a identidade do advogado não foram revelados.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do tribunal para obter mais esclarecimentos sobre a revogação do edital e a volta de Camargo. Até as 19h35, não havia resposta.

Cronologia

05/09 (quinta) – Clayton Camargo assina edital de licitação no valor máximo de R$ 79,6 milhões para reforma e modernização do prédio do TJ. Especialistas apontam falhas de transparência no edital disponível na internet.

09/09 (segunda) – O desembargador passa mal durante sessão do Órgão Especial. Ele é atendido por médicos do Hospital Nossa Senhora das Graças, onde é submetido a uma angiotomografia, segundo o TJ.

10/09 (terça) – No dia seguinte, Camargo viaja para Brasília para participar de sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em seu site, o TJ diz que a viagem de Camargo foi um "ato digno e nobre" por causa de seu "delicado quadro de saúde".

12/09 (quinta) – O desembargador é internado no Hospital Nossa Senhora das Graças. Ele é submetido aos procedimentos de cateterismo cardíaco e angioplastia coronariana.

- Nesse mesmo dia, segundo assessoria do TJ, começam as férias do desembargador.

- O desembargador Paulo Roberto Vasconcelos assume a presidência no lugar de Camargo.

13/09 (sexta) – Camargo recebe alta do hospital.

16/09 (segunda) – As férias de Camargo são interrompidas, depois de apenas quatro dias. Tem início o período de licença médica, que poderia durar 12 dias a partir de então. Ficam faltando 26 dias de férias, que podem ser retomados no futuro. As informações constam de portaria assinada pelo presidente interino Paulo Vasconcelos no dia 17.

19/09 (quinta) – Vasconcelos decide cancelar o edital de licitação, poucos dias antes da abertura dos envelopes, por "motivos de interesse público".

20/09 (sexta) – Mais de uma semana antes do fim da licença médica, Camargo reassume a presidência do TJ. Órgão divulga que a decisão do cancelamento do edital foi tomada em "comum acordo" para evitar "falhas na concorrência" depois de suspeitas de um advogado.

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