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A idéia de discutir mudanças na legislação sobre a possibilidade de realização de aborto no Brasil é um absurdo, na visão do arcebispo de São Paulo e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Odilo Scherer. Ele argumenta que a Constituição brasileira não prevê a prática de aborto e que o direito de viver é intocável e não pode ser submetido a consulta.

"Eu sou uma pessoa que vive. Eu tenho um direito à vida que eu não aceito que ninguém toque. Nenhum de nós gostaria de pôr em plebiscito o direito de viver, que é um direito inalienável, intocável. Os bebês não-nascidos são seres humanos e têm esse mesmo direito", afirma Dom Scherer.

Comentando a aprovação recente em Portugal da possibilidade de realização de aborto no país, o arcebispo disse que o Brasil não precisa imitar tudo o que os países fazem. "As pessoas não-nascidas são seres humanos e a sociedade deve zelar como um todo pelo direito intocável à vida dessas pessoas, desses seres humanos, tanto mais que são inocentes e indefesos", diz.

Historicamente, a Igreja Católica tem se posicionado contra a prática do aborto, com base no princípio de que a vida humana começa no momento da concepção. Em diversas ocasiões a CNBB se manifestou pela inviolabilidade do direito à vida que atinge a todo ser humano.

"Reafirmamos o princípio ético do pleno respeito à dignidade e à vida do ser humano, não importando o estágio de seu desenvolvimento ou a condição em que ele se encontra", diz uma nota publicada pela Confederação em 2004. Na mensagem pela celebração do Dia Mundial da Paz, em 1º de Janeiro deste ano, o Papa Bento XVI diz que "o aborto e as pesquisas sobre os embriões constituem a negação direta da atitude de acolhimento do outro que é indispensável para se estabelecerem relações de paz estáveis".

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